Assomada, 25 Nov (Inforpress) – A presidente da câmara de Santa Catarina, em mensagem alusiva aos 190 anos da criação desse município santiaguense, comemorado hoje, destacou o orgulho pela história colectiva e trajetória de resistência do mesmo, que “segue firme” rumo ao futuro.
“Só nos podemos orgulhar da nossa história colectiva, do nosso percurso enquanto povo e da ousadia e capacidade de empreender que é a espinha dorsal de todos os santa-catarinenses”, afirmou Jassira Monteiro, que é a única mulher presidente de câmara no país.
Não obstante as conquistas alcançadas ao longo dos quase dois séculos de história, Jassira Monteiro reconheceu que ainda há muito caminho a percorrer, tendo destacado o facto de Santa Catarina hoje se apresentar como o terceiro maior município do país e o segundo da ilha de Santiago.
“Santa Catarina tem um longo caminho a percorrer, mas o município é sempre uma inspiração e razão maior para fazermos mais. Com todas e todos, com a vontade férrea de construirmos, cada vez mais, um município de progresso social e desenvolvimento, estou convicta que iremos conseguir”, disse, destacando a importância de “junção de esforços” para o futuro do concelho.
A autarca destacou ainda o espírito de firmeza dos santa-catarinenses, que, conforme lembrou, sempre enfrentou as adversidades com coragem e determinação.
Na ocasião, recordou ainda que Santa Catarina, “terra de revoltas” , tem uma história marcada pela ocupação colonial, mas também por lutas de resistência e pela dignidade dos santa-catarinenses.
Santa Catarina, que segundo ela, viveu a alegria da Independência Nacional e, mais adiante, da construção do Estado de direito democrático, é ainda, terra de cultura, do funaná, da tabanca e do batuco.
“Somos terra por onde passou Amílcar Cabral e nasceram Nha Ana da Veiga, António Mascarenhas Monteiro, Norberto Tavares e tantos outros nomes que engrandecem a nossa história enquanto povo e enquanto município”, acrescentou.
Sobre as festividades, Jassira Monteiro lamentou o facto de este ano esta efeméride “tão importante” não tenha sido comemorada com a dignidade que Santa Catarina merece.
“O período eleitoral que vivemos coloca-nos algumas restrições, pelo que a comemoração do Dia do Município de Santa Catrina e da sua santa padroeira com mesmo nome ficou reduzida ao tradicional almoço oficial”, justificou a autarca santa-catarinense.
Já para hoje, está prevista a celebração de uma eucaristia na Igreja Baixo, Cruz Grande, considerado o ponto alto das festividades.
Com uma superfície de 243 quilómetros quadrados, é considerado um concelho rural, onde 86 por cento (%) da população vive em áreas rurais e essencialmente da agricultura de sequeiro, da criação de gado, da avicultura, da pesca e do comércio retalhista.
Ao longo da sua história, o concelho foi marcado pelas revoltas dos Engenhos de 1822, Fonteana, 1835, Ribeirão Manuel, 1910 e várias petições dirigidas ao Ministério do Ultramar por cidadãos de Santa Catarina nos anos de 1946, 1962 e 1970, para além da adesão de jovens e estudantes à causa da Independência, ocorrida em 1975, e pela democracia em 1991, que culminou com as primeiras eleições livres e democráticas.
FM/JMV
Inforpress/Fim
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