
Assomada, 29 Nov (Inforpress) – A Fundação Doenças do Movimento (DDM), criada em 2021, está empenhada em combater o estigma social, aumentar a literacia em saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com patologias do movimento no arquipélago.
Este propósito foi manifestado por Maria Martins, membro do Conselho Directivo da DDM, em declarações à Inforpress, à margem do ateliê “Além do movimento” realizado hoje na Delegacia de Saúde de Santa Catarina, em Assomada.
Maria Martins explicou que a fundação foi inspirada pelos propósitos do intelectual e humanista André Corsino Tolentino, diagnosticado com paralisia supranuclear progressiva, que relatou a sua experiência no livro “A vitória hoje”.
Entre os principais objectivos da fundação, apontou a sensibilização das entidades públicas para o apoio aos doentes, bem como a promoção de políticas públicas integradas que articulem diversos sectores da sociedade.
Um dos focos principais da DDM é o combate ao estigma, que, segundo Maria Martins, é particularmente sentido em doenças que manifestam sintomas visíveis, como o tremor.
“Um dos sintomas é o tremor e, muitas vezes, quando alguém vê uma pessoa a tremer, não só o próprio doente se auto-estigmatiza, como a sociedade também o estigmatiza”, ilustrou, defendendo uma maior compreensão social.
A responsável destacou ainda a aposta na melhoria da literacia em saúde, na formação de profissionais e na recolha de dados sobre as doenças do movimento para validar estratégias clínicas de diagnóstico e tratamento.
A este propósito, Maria Martins lembrou a conclusão de um estudo realizado pela DDM entre Julho e Dezembro de 2024, com apresentação de resultados em São Vicente e na cidade da Praia, sublinhando que o encontro de hoje, em Assomada, vem concretizar um dos propósitos centrais da fundação: informar, consciencializar e partilhar experiências.
O ateliê “Além do Movimento”, promovido em parceria com o Hospital Regional Santa Rita Vieira e a Delegacia de Saúde de Santa Catarina, centrou-se na dimensão psicossocial das doenças.
“Falamos de ansiedade, depressão, tristeza, que muitas vezes são consequência da doença e do modo como o paciente vive esse processo”, concluiu Maria Martins, notando que o encontro reuniu profissionais de saúde, pacientes, cuidadores e familiares para a partilha de vivências e estratégias de apoio.
DV/CP
Inforpress/Fim
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