Associação homenageia mulheres que trabalham com problemática da VBG nas comunidades

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Associação homenageia mulheres que trabalham com problemática da VBG nas comunidades
27/11/25 - 02:20 pm

Cidade da Praia, 27 Nov (Inforpress) – A Associação Cabo-verdiana de Luta Contra Violência com Base no Género (ACLCVBG), através do projecto "Fla Sim pa Mudjer”, homenageou hoje mulheres multiplicadoras da cidadania da Praia, que trabalham com a problemática da VBG nas comunidades.

Na cerimónia de apresentação ao público e homenagem a essas mulheres, a presidente da ACLCVBG, Vicenta Fernandes, reconheceu o trabalho feito por estas líderes nas comunidades, sublinhando que a iniciativa é a prova de que a mudança começa em cada uma das pessoas através de passos, conversas e acções.

Contou que em 2023/2024 concluiu-se a primeira turma de 64 mulheres líderes formadas, no município da Praia e em Santa Cruz, e que durante este período e, até então, estiveram e estão no terreno a actuar nas comunidades, realizando actividades de sensibilização, informação e atendimentos às vítimas de VBG.

Para Vicenta Fernandes, o trabalho dessas líderes é muito mais do que um serviço comunitário, é “a construção de um Cabo Verde mais justo, seguro e igualitário” para todas as mulheres e meninas de Cabo Verde.

A responsável da ACLCVBG apelou aos parceiros, às organizações da sociedade civil, Governo, câmaras municipais e o sector privado, a se juntarem a esta associação para que juntos criem “todas as condições reais” para combater a violência com base no género.

Segundo adiantou, neste momento não há dados concretos do número exato de casos da VBG no país, mas avançou que depois de estas mulheres multiplicadoras estarem no terreno, constatou-se que o número de casos é “muito mais daquilo que é divulgado”.

Isto porque, a maioria das pessoas não faz denúncias, muitas vezes por medo, entre outros factores, daí que realçou a importância do papel destas activistas no terreno para atrair mais mulheres e fazer denúncias.

Em representação das mulheres multiplicadoras da cidadania, Vera dos Reis disse que cada acção feita no terreno torna-se uma oportunidade de sensibilização, disputa, orientação, incentivo a denúncia segura fortalecendo a consciência cívica para combater os estereótipos e a discriminação.

Vera dos Reis considerou que ela assumem “um papel fundamental” na prevenção, orientação, e sensibilização da VBG, garantindo que continuam a fazer este trabalho com determinação e compromisso com a cidadania para a erradicação deste problema.

Por seu turno, a coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza, afirmou que as mulheres multiplicadoras da cidadania representam “uma ponte viva” entre a legislação e o quotidiano das pessoas.

Sublinhou também que são o elo de confiança que aproxima as comunidades e instituições, demonstrando, na prática, que a violência baseada no género é intolerável e deve ser combatida por todos.

Para a diplomata, colocar um fim à violência baseada no género é “condição indispensável” para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a justiça social e uma verdadeira democracia.

O Sistema das Nações Unidas, segundo Souza, reafirma o seu compromisso de continuar a apoiar Cabo Verde na promoção da igualdade de género, no empoderamento das mulheres e na erradicação de todas as formas de violência, tanto físicas, psicológicas, económicas como digitais.

DG/AA

Inforpress/Fim

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