
Mindelo, 27 Nov (Inforpress) – A única ortoptista inserida nos cuidados primários de saúde em São Vicente defendeu hoje que a acção de profissionais da sua classe deve começar bem cedo nas crianças e evitar agravamento de muitas doenças oculares.
Lenira Delgado, que trabalha actualmente na Delegacia de Saúde de São Vicente, é uma das oradoras do primeiro Congresso Nacional de Ortoptistas, que decorre no Mindelo até sábado, 29.
Ao apresentar o tema “Educação para a saúde visual e impacto na comunidade”, enalteceu à imprensa a importância de se incluir este profissional nos cuidados primários de saúde, que podem evitar problemas de visão diagnosticados tardiamente.
“Muitas pessoas acabam por ser diagnosticadas com alguns problemas já tardiamente. E, por procurar os serviços da oftalmologia, muito mais tarde, já chegam com problemas já um pouquinho agravados. E, assim, o ortoptista, quando inserido nos cuidados primários de saúde, já vai ajudar muito nessa questão”, considerou.
Isto porque, segundo a mesma fonte, a comunidade precisa estar informada sobre várias questões ligadas aos cuidados oculares, que, no final, pode reflectir-se no aliviamento dos serviços de oftalmologia.
“É isto que a educação para a saúde serve mesmo”, acrescentou Lenira Delgado, para quem a consulta com um ortoptista deve ser feita logo à nascença.
Esta visão é partilhada pelo presidente da Associação Cabo-verdiana de Ortoptistas, Quintino da Luz, que acredita que o tratamento da visão na comunidade é uma forma de "desenvolver o país".
"Existem N patologias que poderão ser evitadas com o controlo, com os cuidados primários. É uma aposta que nós temos que fazer em Cabo Verde, é nos cuidados primários", sustentou Quintino da Luz, exortando as autoridades locais e nacionais a priorizarem a questão.
O primeiro congresso de ortoptistas acontece sob o lema “Formação e capacitação em Ortóptica: A construção do futuro da profissão em Cabo Verde” e tem como principal propósito divulgar a profissão que ainda é “pouco conhecida e valorizada” no país.
O programa do evento se estende até dia 29 com discussão de painéis, mesas redondas, exposições, formações e outras actividades, que devem envolver mais de 60 profissionais, cabo-verdianos e estrangeiros.
LN/CP
Inforpress/Fim
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