
Cidade da Praia, 12 Nov (Inforpress) – O ministro da Saúde reconheceu hoje, no Parlamento, os desafios que o sector da saúde enfrenta no país e no mundo e diz que o Governo continuará a apostar nas infraestruturas para apoiar os cuidados nesta área.
Jorge Figueiredo, que discursava no debate sobre a proposta orçamental apresentada pelo Governo, sublinhou que para colmatar esses desafios, o Executivo vai continuar a investir nas infraestruturas, nos equipamentos e na qualificação da população para melhorar a situação de saúde no país.
Referindo-se aos recursos humanos, o ministro salientou que esta área tem tido o seu desenvolvimento ao longo dos anos, destacando que o Governo tem vindo a discutir a composição e criação do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal médico e do pessoal de enfermagem.
Neste particular, sustentou que o PCFR está a ser posto em prática e que já se resolveu praticamente a situação de quase dois mil profissionais de saúde que estavam numa situação irregular, ou seja, quase todos os que têm contratos precários, entre outras regularizações.
O ministro considerou que este esforço é “absolutamente abismal” e com implicações no orçamento.
“A saúde foi contemplada com mais de 10 % do Orçamento, no valor de 10 milhões de escudos, que visa responder à qualidade, à satisfação dos recursos humanos no sector em Cabo Verde”, afirmou.
Lembrou que o Governo ambiciona também ter um Hospital Nacional moderno, com recursos humanos formados para responder a várias especializações, no sentido de evitar evacuações.
Segundo o governante, a área de saúde é extremamente “delicada, complexa e desafiante” e que a nível mundial está a enfrentar “situações sérias”, mesmo em países desenvolvidos, resultado de um conjunto de situações que têm que ver, sobretudo, com as alterações climáticas, o processo da transição epidemiológica que tem vindo a agravar-se e o envelhecimento da população.
Já no período do debate, o deputado do MpD Felipe Santos reforçou que o Governo continua a trabalhar com “seriedade e responsabilidade” no sector da saúde, avançando que o OE 2026 nesta área mostra o compromisso do Executivo com as pessoas.
O parlamentar disse que enquanto a oposição (o PAICV) lança “pânicos, inverdades e insinuações”, o Governo vai continuar a investir nas pessoas e a trabalhar para que Cabo Verde continue cada vez melhor.
“Estamos a trabalhar no sistema de saúde moderno, acessível, humanizado”, realçou, acrescentando que mesmo com desafios há respostas concretas no sector da saúde.
Por sua vez, a deputada do PAICV Paula Moeda defende que o discurso do governante sobre a situação da saúde no país não compactua com a realidade e percepção que os cabo-verdianos têm actualmente do sector.
Segundo a parlamentar, cerca de 67% dos cabo-verdianos avaliam “muito mal este sector”, citando um estudo da Afrosondagem de 2024.
“Este orçamento para este sector tem sofrido muito com as promessas não compridas. Lembro-me do Hospital Nacional que tem aparecido em vários orçamentos, anos após anos, e não está a ser concretizado. A saúde no país precisa deste tipo de hospital”, enfatizou.
Paula Moeda apontou falta de condições gerais nesta área, considerando que os hospitais precisam de materiais básicos e de uma estrutura melhor para que os profissionais trabalhem com dignidade.
DG/JMV
Inforpress/Fim
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