Praia: Condutores da Sol Atlântico ameaçam com greve de três dias por melhores salários

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Praia: Condutores da Sol Atlântico ameaçam com greve de três dias por melhores salários
12/11/25 - 02:26 pm

Cidade da Praia, 12 Nov (Inforpress) – O SIACSA admitiu hoje avançar com uma greve dos condutores da empresa de transportes públicos Sol Atlântico entre 18 e 20 deste mês, caso não haja entendimento sobre actualização salarial e o fim da alegada discriminação entre trabalhadores.

A posição foi divulgada pelo presidente do Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviços Afins (SIACSA), Gilberto Lima, após uma reunião de conciliação esta manhã na Direcção-Geral do Trabalho (DGT) que não conseguiu aproximar as partes.

“Hoje foi dia de conciliação, mas não conseguimos aproximar as posições, isto é, a posição iniciada em Março deste ano. A Sol Atlântico tem discriminado dos trabalhadores”, declarou o dirigente à imprensa, explicando que o sindicato reivindica um salário base de 40 mil escudos.

Gilberto Lima denunciou que existe uma diferença salarial injustificada de mais de quatro mil escudos entre trabalhadores, sendo os mais prejudicados aqueles com mais anos de serviço, alguns com mais de duas décadas na empresa.

Segundo o sindicato, os recém-contratados auferem um salário de 30 mil escudos, acrescido de quatro mil escudos de subsídio de turno. Em contraste, os trabalhadores mais antigos recebem entre 24 mil e 26 mil escudos, mais o subsídio de turno.

“Durante a greve anterior, a empresa contratou um número bastante elevado de novos condutores e atribuiu-lhes salários superiores em mais de quatro mil escudos, mais alto que os antigos trabalhadores”, denunciou, acrescentando que essa situação tem motivado vários trabalhadores a emigrar para Portugal em busca de melhores condições de vida.

Segundo lembrou o sindicalista, Cabo Verde é membro da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e deve respeitar o princípio de “trabalho igual, salário igual”, sobretudo quando um trabalhador tem mais anos de serviço.

O sindicalista recordou ainda que, durante uma greve anterior, o Governo decretou uma requisição civil na empresa, medida que o SIACSA considerou “estranha, mas acatada”, e reafirmou que a luta actual visa “corrigir uma injustiça que se prolonga há vários anos”.

A greve está prevista para decorrer durante três dias, de terça a quinta-feira, com a estimativa de adesão de “cerca de uma centena de trabalhadores”, e será acompanhada de manifestações no Platô, na cidade da Praia.

Gilberto Lima alertou para eventuais perturbações nos transportes públicos e responsabiliza a administração da Sol Atlântico pela situação por não apresentar uma solução.

“Vai ser um prejuízo enorme para Sol Atlântico. Eles deveriam pensar duas vezes antes de decidirem pela não actualização salarial”, advertiu o presidente do SIACSA.

De acordo com Gilberto Lima, a empresa tem justificado a sua posição com alegadas dificuldades financeiras e operacionais.

LT/CP

Inforpress/Fim

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