Cidade da Praia, 16 Nov (Inforpress) – A presidente da Associação Cabo-Verdiana de Luta Contra o Cancro (ACLCC), Cornélia Pereira, afirmou hoje, na cidade da Praia, que é necessário mais apoio do Governo e da sociedade civil para combater o cancro.
Cornélia Pereira fez estas declarações à Inforpress, no âmbito das celebrações do 17.º aniversário da Associação Cabo-Verdiana de Luta Contra o cancro (ACLCC), destacando os avanços significativos alcançados, bem como os desafios ainda enfrentados na luta contra o cancro no país.
Durante a entrevista, a presidente sublinhou a importância do trabalho realizado ao longo destes anos, especialmente durante os meses de consciencialização, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.
“A ACLCC tem sido um pilar de solidariedade e consciencialização e, ao longo de 17 anos, conseguimos uma sociedade mais informada, com menos estigmas sobre os cancros, especialmente os da mama, colo do útero e da próstata”, afirmou.
Para celebrar esta data, a Associação organizou uma Gala de Solidariedade, realizada na Assembleia Nacional, no dia 15 de Novembro.
A gala, segundo Cornélia Pereira, contou com o apoio de parceiros nacionais e internacionais e foi um momento de celebração, mas também de reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pela associação, especialmente em termos de recursos financeiros e humanos.
A presidente da ACLCC revelou que, apesar dos avanços, a associação ainda enfrenta desafios significativos.
“A falta de recursos, especialmente humanos, é um dos maiores obstáculos. A nossa equipa é pequena e sobrecarregada, realizamos um trabalho enorme com um número limitado de voluntários e sem uma estrutura física adequada”, lamentou.
A associação, que depende em grande parte do voluntariado, tem dificuldade em manter uma equipa constante, o que compromete a continuidade das suas acções.
No entanto, Cornélia Pereira destacou também algumas conquistas importantes, como a colaboração da Associação Roda da Coladeira de Luxemburgo, que teve um papel fundamental na Gala de Solidariedade e ajudou a fortalecer a presença da ACLCC na diáspora.
“Ver o reconhecimento do trabalho da ACLCC por parte de associações internacionais dá-nos ainda mais força para continuar. A luta contra o cancro é uma causa que precisa de união global”, afirmou.
Apesar do apoio de parceiros como as Nações Unidas, que contribuem com recursos financeiros, e de algumas empresas, a presidente da ACLCC pediu mais apoio do Governo de Cabo Verde.
“O Governo deveria reconhecer mais a importância do nosso trabalho, especialmente em áreas como rastreio e prevenção, que vão além da nossa competência. Precisamos de mais apoio institucional e de maior visibilidade para as nossas acções”, destacou.
Cornélia Pereira também apontou para a necessidade de uma maior articulação com as estruturas de saúde do país. Embora a ACLCC trabalhe em estreita colaboração com hospitais e delegacias de saúde, a presidente afirmou que o reconhecimento das autoridades é fundamental para garantir que os pacientes tenham acesso aos cuidados de que necessitam.
Neste 17.º aniversário, a ACLCC reafirma o seu compromisso com a luta contra o cancro, buscando um futuro em que a prevenção, a consciencialização e o apoio aos pacientes sejam ampliados, com a ajuda de todos.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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