SISCAP denuncia violação de direitos dos trabalhadores dos Silos e exige medidas de protecção

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SISCAP denuncia violação de direitos dos trabalhadores dos Silos e exige medidas de protecção
10/10/25 - 12:42 pm

Cidade da Praia, 10 Out (Inforpress) – O vice-presidente do SISCAP denunciou hoje violação de direitos laborais dos trabalhadores dos Silos e exigiu medidas para a protecção dos seus direitos, sobretudo, a regularização dos contratos, atrasos salariais e ausência de inscrição no INPS.

Numa conferência de imprensa realizada à porta do Porto da Praia, Francisco Furtado, explicou que desde 2023 estão a exigir da Direcção dos Silos e do ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, no sentido de regularizar a situação laboral desses trabalhadores, que considera ser "precário".

Durante a conferência de imprensa, um grupo de trabalhadores dos Silos Portuários, afecto ao Ministério da Agricultura e Ambiente, aproveitou para reclamar os seus direitos.

"Exortar a MAA e a Direcção do Serviço de Silos Portuários a regularização das suas principais reivindicações, nomeadamente, enquadramento profissional dos colaboradores desta empresa, que estão em situação de precariedade e instabilidade laboral há mais de 20 anos”, disse o sindicalista.

Com esta situação, afirmou que tem vindo a criar “grandes constrangimentos na vida desses trabalhadores e seus familiares, contribuindo deste modo para o aumento da pobreza e das desigualdades".

O sindicalista pediu ainda o pagamento dos salários destes sete trabalhadores, que já estão há cinco meses sem receber.

Esses trabalhadores, conforme o vice-presidente do SISCAP, não estão inscritos na Previdência Social, considerando que são vítimas de “escravatura moderna”, nessas condições laborais.

“Isto não deve acontecer num país democrático como Cabo Verde e um país com o desenvolvimento médio-alto. Portanto, nós consideramos que é preciso que o ministro tenha mais sensibilidade à situação sócio-laboral desses trabalhadores”, realçou o representante do Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP).

Segundo o sindicalista, ainda não tiveram a oportunidade de encontrar com a Direcção dos Silos e nem do MAA, mas que já tentaram.

“Enviamos uma carta, há mais de quatro meses à Direcção dos Silos, mas não obtivemos sucesso. E isso é falta de vontade de resolver o problema dos trabalhadores”, afirmou.

Por outro lado, Francisco Furtado, estranha e mostrou-se “descontente” pelo facto de ser impedido para fazer a conferência de imprensa à frente da empresa Silos juntamente com os trabalhadores.

“Nunca fui impedido de entrar lá dentro para uma conferência de imprensa. Se houver falha de parte do serviço, porque não nos avisaram com antecedência. Cumprimos aquilo que é uma greve ou manifestação”, frisou.

Por seu lado, Inocêncio Costa, um trabalhador desta empresa há mais de vinte anos, relatou que a situação está cada vez "mais difícil", passando dificuldade com as suas famílias em casa por causa da precariedade laboral.

Neste momento, contou que estão há cinco meses sem receber salários e afirmou que é "muito grave" tudo o que está a passar, pelo que pede a regularização salarial e um enquadramento digno.

DG/HF

Inforpress/Fim

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