Economia cabo-verdiana cresceu 7,2% em 2024 - BCV

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Economia cabo-verdiana cresceu 7,2% em 2024 - BCV
12/08/25 - 07:16 pm

Ribeira Brava, 12 Ago (Inforpress) – A economia cabo-verdiana cresceu 7,2% em 2024%, e a taxa de inflação média anual continuou a cair, fixando-se em 1,0 por cento em 2023, anunciou hoje o Banco de Cabo Verde (BCV).

O Relatório do Estado da Economia, referente ao ano de 2024, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) em volume registou um crescimento expressivo de 7,2%, um aumento significativo em comparação com os 4,8% registados no ano de 2023.

O documento acrescenta que o crescimento dos rendimentos reais das famílias foi sustentado pela redução da inflação e pelo aumento das prestações sociais e das outras transferências correntes líquidas, o reforço da procura externa turística, bem como a melhoria da confiança dos consumidores. 

A nível da procura, o BCV refere que o desempenho foi impulsionado, sobretudo, pelo dinamismo do consumo privado e do lado da oferta, o crescimento da actividade económica em 2024 foi sustentado, sobretudo, pelo crescimento da actividade dos setores de “Alojamento e Restauração” e “Transportes e armazenagem” e pelo aumento dos impostos líquidos de subsídios arrecadados no período.

Os dados apontam que a inflação continuou a desacelerar, com a taxa média anual a fixar-se em 1,0%, uma descida acentuada face aos 3,7% de 2023,  essencialmente pela descida dos preços de produtos energéticos e alimentares nos mercados internacionais, o que aliviou a pressão sobre o poder de compra das famílias.

O documento realça ainda que as contas externas evoluíram favoravelmente, com a balança corrente a registar um “superavit” de 3,8% do PIB, um desempenho impulsionado pelas exportações de serviços de turismo, remessas de emigrantes e a reexportação de combustíveis, compensando o fraco desempenho da balança financeira. 

Em 2024 o país viu as suas reservas externas líquidas aumentarem, garantindo a cobertura de 6,5 meses de importações.

Apesar do forte crescimento, o relatório aponta para a persistência de alguns desafios, com o défice global público a agravar-se para 1,1% do PIB em 2024, devido ao aumento das despesas e à desaceleração das receitas.

Por outro lado, a dívida pública, embora em trajetória de redução, continua em patamares elevados, representando 114,9% do PIB.

O BCV manteve a sua política monetária de caráter restritivo, aumentando as taxas de juro de referência para conter riscos de saída de capitais e garantir a sustentabilidade do regime cambial fixo ao Euro, no entanto, o mercado de crédito manteve-se dinâmico, com o crédito ao setor privado a crescer 6,7%. 

O relatório conclui que, apesar de o crescimento do emprego e da produtividade total dos factores (PTF) ter sido determinante para o crescimento do produto nacional, o baixo nível médio da PTF continua a ser um factor que limita o potencial de crescimento a longo prazo da economia do país. 

O Relatório do Estado da Economia, referente ao ano de 2024, indica que o contexto externo da economia nacional em 2024 apresentou uma conjuntura global favorável, com o crescimento económico mundial a manter-se estável e a actividade dos principais parceiros a recuperar de forma moderada, sobretudo na Área do Euro e no Reino Unido.

A inflação mais baixa aliada a salários nominais elevados aumentou os rendimentos reais e garantiu a robustez do mercado de trabalho, apesar de as condições de financiamento continuarem apertadas. 

Nos Estados Unidos verificou-se um ligeiro abrandamento da atividade económica sem, no entanto, pôr em causa a solidez da expansão.

WM/JMV

Inforpress/Fim

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