Emigrantes em férias reconhecem desenvolvimento do país mas queixam-se da morosidade no atendimento

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Emigrantes em férias reconhecem desenvolvimento do país mas queixam-se da morosidade no atendimento
06/08/25 - 05:04 pm

Cidade da Praia, 06 Ago (Inforpress) – Emigrantes que se encontram de férias em Cabo Verde reconhecem o desenvolvimento do país, mas queixam-se da morosidade que têm sentido no atendimento em várias instituições públicas e privadas e nos restaurantes.

Estas reclamações foram feitas à Inforpress, durante uma ronda em diversos locais na capital para saber como têm sido as férias e a estada dos emigrantes em Cabo Verde, e quase todos reclamaram da qualidade do atendimento.

Maria Monteiro, uma emigrante que reside há 20 anos em Portugal, disse que para tirar um documento ou dar algum expediente num banco ou outra instituição passam horas e mais horas à espera para serem atendidas.

“Muitas vezes um simples assunto que vamos tratar em qualquer instituição que pode demorar de cinco a dez minutos, esperamos a metade do dia, às vezes um dia inteiro para resolver. Isto é muito triste para um país classificado de desenvolvimento", afirmou.

A emigrante salientou que o desejo é sempre procurar tratar tudo mais rápido para usufruir as suas férias mais tranquilas, mas que, devido ao tempo que levam para tratar assuntos nas repartições, muitas vezes têm de voltar outro dia.

Entretanto, assegurou que apesar destes problemas, vai continuar a visitar o seu país que considera ter “fortes laços”.

“Reservo sempre um período de um mês, a cada ano, para regressar à minha terra natal para passar as férias. O que mais faço durante as férias é fazer algumas obras na minha casa, tratar alguns assuntos, visitar famílias, passear e divertir”, contou.

Por sua vez, Alexandre Vieira, um emigrante que reside em Portugal há 10 anos, mostrou também o seu descontentamento na questão no atendimento, sobretudo nos bancos e nos transitários para tirarem pequenas encomendas.

Referiu que é preciso investimento na formação dos recursos humanos para a melhoria das condições de atendimento no país.

Além disso, afirmou que muitas instituições precisam também aumentar o número de funcionários nesta época alta, em que a demanda é maior pela quantidade de pessoas que procuram instituições para resolver algum assunto.

Apesar deste problema, considerou que o país já alcançou alguns ganhos a nível de infra-estrutura e comércio, mas que ainda "falta muito" por fazer.

Liane da Veiga, uma jovem emigrante em França há dez anos, contou que Cabo Verde já melhorou muito, mas que o atendimento, sobretudo nos bancos e nos restaurantes, é "muito lento" e deixa “muito” a desejar.

Nas férias aproveita para descansar, ir aos restaurantes, visitar famílias, passear e outras formas de lazer.

Na mesma linha, Juceila Fernandes, uma emigrante que reside em Portugal, há 22 anos, realçou que Cabo Verde já desenvolveu um pouco nestes últimos anos, a nível de infra-estrutura, mas que é necessário investir no saneamento, sobretudo na cidade da Praia, para melhoria da saúde na capital.

"As autoridades têm de investir na melhoria da recolha em diversas zonas da capital, porque é muito lixo. Às vezes fico com medo de chegar perto do contentor com lixos espalhados no chão, por causa de doenças", desabafou.

Além disso, apontou também a questão do atendimento em diversas instituições, restaurantes, entre outros espaços, que precisa ser melhorado para que os emigrantes se sintam bem acolhidos no seu país.

A morosidade no despacho das encomendas, também constitui um outro problema para os emigrantes em férias no país.

Segundo afirmaram, demoram vários dias para conseguirem tirar as suas encomendas e a justificação dos transitários é que ainda não abriram os contentores.

Perante esta situação, declararam que muitas vezes os emigrantes regressam ao país de acolhimento, sem despacharem as suas encomendas.

DG/HF

Inforpress/Fim

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