Cidade da Praia, 11 Jul (Inforpress) –Trabalhadores da CV Handling acusaram hoje a administração da empresa de violar procedimentos e protocolos internos ao alocar funcionários sem competências técnicas para funções distintas, comprometendo a segurança dos trabalhadores, passageiros e aeronaves.
Neste segundo dia da greve de quatro dias que decorre no Aeroporto Nelson Mandela, o porta-voz e delegado sindical, Ailton Martins, afirmou que a adesão à greve ronda os 60% a 70%, mesmo com a empresa a trazer pessoas de fora e a alocar pessoal sem formação adequada para o serviço.
Sublinhou que esta medida “viola os regulamentos internos” e representa “um sério risco” à segurança operacional.
Ailton Martins apelou à Autoridade de Aviação Civil (AAC) para que esteja atenta a estas práticas, recordando que a agência é responsável pelo controlo de acessos e pela monitorização das pessoas que circulam nas áreas restritas do aeroporto.
Indicou ainda que já foi apresentada uma queixa formal à agência reguladora, aguardando-se por uma atuação em conformidade.
Segundo o delegado sindical, a empresa “não quer negociar nem dialogar”, mantendo-se numa postura de “confronto com os trabalhadores e ignorando protocolos” estabelecidos.
Ainda assim, a greve “tem tido impacto visível”, indicou, com relatos de atrasos, voos cancelados e passageiros a serem instruídos pelas companhias aéreas para chegarem mais cedo ao aeroporto, para evitar longas filas.
“Dependendo do voo, normalmente estão abertos até dez balcões, mas hoje apenas três estão em funcionamento”, relatou.
Reforçou que a luta dos trabalhadores se mantém firme, apesar das tentativas da empresa de contornar os efeitos da paralisação, recorrendo a funcionários de outras ilhas e deslocando colaboradores de sectores distintos, o que representa “uma clara violação” do artigo 120 do Código Laboral.
Ailton Martins revelou que o próximo passo é preparar um novo pré-aviso de greve, agora com abrangência nacional, em articulação com colegas de outras ilhas.
Os trabalhadores da CV Handling no Aeroporto Nelson Mandela iniciaram na quinta-feira, 10, uma greve de quatro dias reivindicando o pagamento do subsídio noturno e do subsídio de risco, “compromissos assumidos pela empresa em Março”, mas que, até ao momento, “continuam por cumprir”.
AV/AA
Inforpress/Fim
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