Cidade da Praia, 03 Jul (Inforpress) – O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) afirmou hoje que esta organização teve resultados “muito palpáveis” na defesa das causas sociais e no desígnio humanitário no país ao longo dos 50 anos de existência.
Arlindo Carvalho, que falava em entrevista à Inforpress, a propósito da comemoração dos 50 anos da fundação da instituição, que se assinala no dia 19 do corrente mês, explicou que houve uma visão estratégica “muito positiva” da CVCV para o país em várias áreas, tendo em conta a natureza da instituição e a dimensão humanitária da organização durante todo este tempo.
Carvalho fez um balanço “extremamente positivo” das intervenções da Cruz Vermelha durante os seus 50 anos de existência, destacando que, apesar de muitos ganhos, a questão da sustentabilidade ainda é um assunto “muito delicado” da CVCV e também da política internacional da Federação da Cruz Vermelha.
“A CVCV tem estado, com base numa estratégia muito bem delineada para mobilizar os seus recursos no quadro da diplomacia humanitária, nomeadamente, através da exploração dos jogos sociais e junto dos parceiros nacionais, internacionais e outras organizações”, disse.
Um outro desafio apontado por este responsável tem a ver com o apoio às famílias nas suas actividades e sobrevivência, afirmando que nem sempre conseguem fazê-lo.
Apontou também o desafio em encontrar voluntários disponíveis para trabalhar na óptica da sua inserção no contexto humanitário, tendo em conta as suas valências, as suas experiências, formações académicas e inspirações.
Apesar disso, afirmou que a Cruz Vermelha tem estado a fazer impactos reais na vida das pessoas no país, no apoio às crianças, jovens e pessoas idosas menos favorecidas, destacando também que a CVCV tem estado a actuar em várias situações de crise e de emergência no país, neste caso, exemplificou a sua intervenção na pandemia da covid-19, na luta contra a dengue e o combate à seca, desastres, tempestades, entre outras situações.
Neste sentido, mencionou grandes projectos, a nível da solidariedade social, que esta organização já fez, entre as quais, a criação de uma plataforma multicanal para mobilização de recursos, não só para as acções da Cruz Vermelha, mas também para os projectos sociais do Governo de Cabo Verde.
Por outro lado, avançou que estão a trabalhar na resposta ao nível da saúde que prevê a criação de unidades de prestação de serviços no sector, nomeadamente, laboratório de análise, centros de cuidados e mesmo centros para a formação de socorristas e outros profissionais que intervêm na área.
Disse ainda que a Cruz Vermelha também quer reforçar o funcionamento das unidades de cuidados e estender também esse serviço a outros concelhos.
Quer também trabalhar o nível de resposta às alterações climáticas, entre vários outros novos projectos.
Acrescentou ainda que nesses 50 anos da independência de Cabo Verde e da fundação dessa organização, que está presente praticamente, em todos os municípios do país, o arquipélago contou sempre com o apoio da CVCV sobretudo nos momentos difíceis, prestando serviços em diversas áreas, incluindo a educação, protecção do meio ambiente e dos direitos humanos, a juventude, do reforço da capacidade de intervenção de algumas instituições do Estado, na capacitação dos militares e dos elementos da Polícia Nacional, a nível do Sistema Nacional de Protecção Civil e não só.
Quanto aos parceiros, assegurou que contam, neste momento, com o apoio da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Comité Internacional da Cruz Vermelha, as sociedades nacionais da Cruz Vermelha, os parceiros também que actuam ao nível do Pacto Mundial como as Nações Unidas, a União Europeia, os Estados africanos, europeus e asiáticos.
Do ponto de vista interno, disse que a CVCV conta sempre com a parceria de instituições do Estado, do sector privado, da sociedade nacional e do corpo do voluntariado que neste momento contam com um universo de 2.500.
Aproveitou a ocasião para felicitar e agradecer a todos os parceiros que têm ajudado a Cruz Vermelha a cumprir a sua missão, em especial, aos voluntários da Cruz Vermelha que, independentemente das circunstâncias e dos momentos difíceis, estão “sempre disponíveis” para ajudar.
A Cruz Vermelha foi fundada no dia 19 de Julho, em 1975, 14 dias após a independência de Cabo Verde.
Desempenha o seu papel na sociedade actuando como uma organização humanitária que busca aliviar o sofrimento humano, proteger a vida e a saúde e promover o respeito pela dignidade humana, especialmente durante conflitos armados e outras situações de emergência.
DG/HF
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