São Filipe, 13 Jun (Inforpress) – O incêndio que atingiu o município de Santa Catarina do Fogo entre os dias 22 e 24 de Maio deixou um rastro de destruição e afectou agricultores e criadores de gado, segundo um levantamento efectuado pelas autoridades locais.
O levantamento de danos, realizado pela câmara municipal, em parceria com a Equipa Técnica Municipal Ambiental (ETMA) do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), revelou perdas significativas em cultivos agrícolas, árvores frutíferas, pastagens e estruturas rurais, além de impactar directamente a subsistência de dezenas de famílias.
Segundo o relatório, a que a Inforpress teve acesso, o incêndio consumiu aproximadamente 15 hectares de terrenos agrícolas (área correspondente a cerca de 15 campos de futebol), destruindo plantações essenciais para a economia das famílias.
Entre as principais culturas afectadas, o relatório apontou a de cafeeiros, com mais de 280 pés de plantas perdidas em propriedades de diferentes agricultores, árvores frutíferas como mangueiras, goiabeiras, limoeiros, laranjeiras, bananeiras, vinhas, marmeleiros e outras num total global de aproximadamente 500 plantas.
Além de cafeeiros e fruteiras foram atingidas mais de 500 plantas de feijão-congo, figueiras e dragoeiros além de casas de campo (03), currais (02).
Só um agricultor perdeu 88 pés de cafeeiro, 17 laranjeiras e 19 mangueiras em Cabeça Espigão e um outro teve prejuízos com a perda de 116 cafeeiros e 22 plantas de bananeiras.
No total, 19 agricultores e proprietários de terrenos agrícolas sofreram prejuízos com o incêndio de Cova Matinho e que consumiu uma área global de aproximadamente 300 hectares.
Além dos danos à agricultura, o incêndio devastou áreas de pastagem, essenciais para a criação de animais e pelo menos 12 criadores registaram perdas de pastos, afectando de imediato mais de 200 caprinos, duas dezenas de bovinos e perto de uma dezena de equídeos (burros) que dependiam das áreas consumidas pelo fogo.
Segundo o relatório, muitos criadores já solicitaram ajuda de emergência à câmara de Santa Catarina do Fogo por não terem condições de alimentar seus rebanhos até a próxima época de chuvas.
O incêndio, que atingiu cerca de 300 hectares, também causou danos ambientais graves, como a redução da fertilidade do solo e a destruição de biodiversidade e a edilidade alerta para a necessidade de medidas urgentes, como apoio governamental para compensar perdas e reconstruir a agricultura, reflorestamento e recuperação de pastagens e fiscalização reforçada para evitar novos incêndios.
Sem quantificar o montante necessário para fazer face à situação, a câmara defende uma ajuda “imediata” para que as famílias não passem fome e consigam recuperar os seus meios de subsistência.
O município aguarda respostas do Governo para minimizar os prejuízos antes do próximo ciclo agrícola, que se inicia no próximo mês de Julho, enquanto os agricultores e criadores tentam se reorganizar diante de uma das maiores tragédias recentes registada no município.
JR/CP
Inforpress/Fim
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