Porto Novo: Falta de mão de obra e problema de mercado preocupam produtores do inhame no Tarrafal de Monte Trigo

Porto Novo, 07 Nov (Inforpress) – A falta de mão de obra e o problema de mercado são alguns constrangimentos que estão a preocupar, neste momento, os produtores do inhame no Tarrafal de Monte Trigo, em Santo Antão. 

Os produtores do inhame no Tarrafal de Monte Trigo avançaram hoje à Inforpress que, nesta altura, a falta de mão de obra constitui a maior preocupação destes agricultores, segundo os quais esta situação se deve ao facto de os jovens pretenderem trabalhar em outras áreas, como construção civil, onde os salários são superiores.

“Está a ser muito difícil encontrar trabalhadores para a agricultura no Tarrafal de Monte Trigo. Eles preferem ir trabalhar na construção civil onde ganham 1.200 escudos por dia, valor superior ao que os produtores podem pagar”, confirma o produtor Arlindo Santos.

Porém, o preço do inhame no mercado tem aumentado nos últimos tempos para a satisfação dos agricultores, situando-se, actualmente, em 160 escudos por quilograma.

Há alturas do ano em que um quilograma deste produto não ultrapassava os 80 escudos, segundo ainda os produtores, que tem como meta colocar o inhame em mercados mais competitivos em Cabo Verde, designadamente nas ilhas do Sal, Boa Vista e Santiago.

A Inforpress soube junto da Associação dos Agricultores do Tarrafal de Monte Trigo que se espera apenas pela operacionalização do centro de inspecção, tratamento e embalagem dos produtos agrícolas desta localidade, já instalado, para agregar valores ao produto e, assim, colocá-lo em mercados competitivos.

O presidente da associação local dos agricultores, Odorico Lopes, avançou à Inforpress que “um dos maiores desejos” dos produtores do inhame é fazer chegar o inhame aos principais mercados nacionais, encarando também a possibilidade de o exportar para o estrageiro.

A entrada em funcionamento deste entreposto agrícola, que acaba de ser instalado no Tarrafal de Monte Trigo, vai facilitar a exportação do inhame e de outros produtos cultivados neste vale agrícola, acredita o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente no Porto Novo. 

Este entreposto agrícola, segundo o delegado deste ministério, vai facilitar a exportação dos excedentes agrícolas, que tem sido condicionada devido ao embargo imposto há 40 anos aos produtos agrícolas de Santo Antão devido à praga dos mil pés.

Tarrafal de Monte Trigo é um dos poucos vales agrícolas em Santo Antão ainda livre da praga dos mil pés, mas os produtores agrícolas locais têm estado sujeitos também ao embargo.

Tarrafal de Monte Trigo é um dos maiores produtores do inhame em Cabo Verde, com uma produção anual à volta de 700 toneladas, mas os produtores têm tido dificuldades na colocação do produto no mercado nacional devido ao embargo.

JM/HF

Inforpress/Fim