Parlamento: PAICV afirma que no ano em que a economia mais cresceu houve mais pobreza e mais vulnerabilidade das famílias

Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) – O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), António Fernandes, disse hoje, no parlamento, que no ano em que a economia mais cresceu houve mais pobreza e mais vulnerabilidade das famílias.

A constatação foi feita por esse deputado do maior partido da oposição durante a sua intervenção no primeiro dia do debate parlamentar, que se prolonga até sexta-feira, 08.

“Nós consideramos que, para o país, não é apenas o crescimento económico que interessa. Prova disso é que no ano em que a economia mais cresceu, tivemos mais pobreza, mais desemprego e mais vulnerabilidade das famílias e o Governo do MpD mostrou-se medíocre relativamente aos investimentos ao longo dos últimos anos”, frisou. 

Para António Fernandes, o Governo não cumpriu a promessa de um aumento salarial anual ao longo do mandato e não cumpriu a promessa da redução da carga fiscal para as pessoas e para as empresas.

Para Fernandes, o Governo “nunca conseguiu colocar de pé um portfólio de investimentos públicos” e sublinhou que a falta de investimento tem empurrado milhares de jovens para fora do país.

“O crescimento económico que registramos é suportado por uma profunda reforma fiscal, mas essa reforma fiscal ocorreu em 2014 e 2015 graças a uma visão de longo alcance traçada pelo Governo do PAICV e, de lá para cá, não houve mais reforma”, continuou.

Para aquele parlamentar, o crescimento económico suportado pelo turismo, que é o motor do crescimento, é também suportado pelo investimento directo estrangeiro.

A mesma fonte referiu-se ao que considera ser um “aumento exagerado” dos impostos em mais de 2.400 produtos, a partir de 2022, que, segundo o mesmo, tem tirado dinheiro às famílias “relegando-as para o sufoco e a perda de poder de compra”, acusou o deputado.

António Fernandes disse ainda que, da parte do Governo do MpD, “nota-se a falta de investimento público” e que há alertas perante os parceiros sobre a baixa taxa de execução do orçamento de investimento.

“Há também alerta dos parceiros pela não diversificação da economia e tem criado um grande problema que vai no sentido do estrangulamento daquilo que tem sido a diversificação da economia”, sustentou.

O deputado afirmou ainda que há “lentidão” na reforma no sentido da melhoria de um ambiente empresarial “atractivo e próximo”, para a dinâmica em Cabo Verde.

António Fernandes concluiu acusando que, no fundo, o que o Governo quer é, “com este orçamento, tirar o maior proveito possível em relação às eleições do próximo dia 01 de Dezembro, mas também ao próximo ano eleitoral.

NA/HF

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