Pemba, Moçambique, 27 Fev (Inforpress) – O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, equipara as manifestações “violentas” que ocorrem nas principais cidades do País aos ataques terroristas que nos últimos meses tendem a reduzir em alguns distritos da província setentrional de Cabo Delgado.
O facto foi avançado esta quarta-feira, 26, na península de Afungi, distrito de Palma, em Cabo Delgado, pelo Chefe de Estado que sublinhou que a diferença entre ambos grupos é que uns actuam nas cidades, e outros no mato.
“Hoje, aquilo que está a acontecer aqui em que os terroristas atacam barracas e mercados, quando a logística está mal, quando querem se salvar, ou quando estão quase a morrer a fome, está a acontecer nas nossas cidades”, disse Daniel Chapo, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Segundo Chapo, os manifestantes “estão a atacar barracas de pessoas, queimar bombas de combustível; queimar armazéns, incluindo de medicamentos, queimar tudo aquilo que pertence à população, escolas, hospitais, todas estas coisas”.
“Não têm diferença com aquilo que está a acontecer aqui, no Teatro Operacional Norte”, disse o Presidente, referindo-se às manifestações violentas ocorridas em Moçambique.
Para Chapo, a primeira ameaça são os terroristas em Cabo Delgado, a segunda, os manifestantes.
Chapo afirma que os manifestantes aproveitam-se das VII eleições gerais e IV para as assembleias provinciais para perpetrar actos macabros nas populações.
Durante as manifestações violentas desencadeadas após a realização das eleições de 09 de Outubro de 2024, pelo menos 19 fábricas e indústrias foram destruídas.
No mesmo período, as manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, resultaram na destruição de 177 escolas, 23 armazéns comerciais, 1.677 estabelecimentos comerciais e 13 farmácias, entre outras infraestruturas.
Os manifestantes também destruíram 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos, 176 postos de rede de energia eléctrica, 12 postos de transformadores eléctricos e 58 torres de comunicações.
Acresce ainda a destruição de 220 veículos do governo, 164 casas governamentais, 108 casas de cidadãos particulares e centenas de veículos, também de particulares.
Cálculos recentes da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) referem que as manifestações custaram cerca de 504 milhões de dólares à economia do país, e a perda de mais de 17 mil empregos desde Outubro último até Janeiro do presente ano.
LC/CP
Inforpress/Fim
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