Fogo: Presidente da Associação Projecto Vitó propõe criação de rede nacional de conservação em Cabo Verde

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Fogo: Presidente da Associação Projecto Vitó propõe criação de rede nacional de conservação em Cabo Verde
10/02/25 - 12:08 pm

São Filipe, 10 Fev (Inforpress) – O presidente da Associação Projecto Vitó, Paulo Pina, defendeu hoje, em São Filipe, na abertura do primeiro encontro nacional da conservação da flora em Cabo Verde, a criação de uma rede nacional envolvendo todas as organizações.

Num esforço conjunto para fortalecer a protecção da biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável, representantes de organizações ambientais, especialistas e autoridades, em representação de diferentes ilhas, estão reunidos nas ilhas do Fogo e Brava para discutir estratégias de conservação da flora.

Na sessão da abertura, que aconteceu na cidade de São Filipe, o presidente da ONG Associação Projecto Vitó, co-organizadora do encontro, destacou a importância da colaboração entre ilhas e a necessidade de acções concretas para preservar espécies ameaçadas e restaurar ecossistemas degradados.

Paulo Pina enfatizou, igualmente, a importância de uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza.

"Acredito, e todos concordamos, que só através de uma convivência saudável com todos os elementos da natureza, o homem poderá trilhar o caminho da prosperidade", afirmou Paulo Pina, para quem o encontro servirá para reforçar as acções de conservação da biodiversidade, promover a troca de conhecimentos e boas práticas, e contribuir para o desenvolvimento sustentável das ilhas do Fogo e Brava.

Paulo Pina destacou os avanços alcançados pela Associação Projecto Vitó desde 2019, incluindo a plantação de mais de 35.000 plantas endémicas, a identificação de espécies que não eram vistas há décadas e o cadastro de mais de 30 a 40 espécies de vegetação na ilha do Fogo.

Esses esforços, segundo o mesmo, têm fornecido informações valiosas sobre ameaças, georreferenciação de espécies arbustivas e herbáceas e cadastrar mais de 30 manchas de vegetação na ilha do Fogo e a necessidade de ampliar o perímetro do Parque Natural do Fogo.

"Temos que continuar a colaborar, aprendendo uns com os outros e trabalhando juntos para enfrentar as ameaças comuns, como as mudanças climáticas, a poluição e a perda de biodiversidade", acrescentou Paulo Pina para quem o envolvimento de todos é fundamental.

O representante da Biflores da Brava, Dheeraj Jayant, na qualidade de co-organizadora, reforçou a importância da união de esforços para a conservação não apenas da flora endêmica, mas dos habitats essenciais para a sobrevivência dessas espécies.

"A restauração ecológica é uma luta, e a melhor maneira de lutar é juntos", disse o representante da Biflores, que destacou a necessidade de equilibrar o desenvolvimento do sector primário, como a agricultura e a criação de gado, com a protecção da flora endêmica, promovendo práticas como a agroecologia e a agrofloresta.

"Temos que usar o sector primário como uma força motriz para a conservação, ao mesmo tempo em que cultivamos o respeito pelo meio ambiente", afirmou.

O encontro também serviu como um espaço para a partilha de experiências e estratégias entre as ilhas, fortalecendo a cooperação no domínio da conservação da flora.

Os participantes discutiram a importância de reduzir ameaças, restaurar espécies em risco de extinção e melhorar as práticas de gestão dos recursos naturais.

JR/CP

Inforpress/Fim

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