Bióloga apela às autoridades a darem mais importância às Zonas Húmidas

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Bióloga apela às autoridades a darem mais importância às Zonas Húmidas
01/02/25 - 05:30 pm

Cidade da Praia, 01 Fev (Inforpress) - A bióloga Ana Veiga apelou hoje às autoridades, ONG e o Ministério do Ambiente a darem mais atenção às Zonas Húmidas, defendendo maior sensibilização e comunicação para que as pessoas possam conhecer e entender a importância dessas regiões.

Ana Veiga fez esse apelo, em declarações à Inforpress, a propósito do Dia Mundial das Zonas Húmidas, que se assinala a 02 de Fevereiro. 

“As Zonas Húmidas em Cabo Verde passam, na maior parte das vezes, despercebidas. Pouca gente conhece a sua importância. Somos um país bastante árido e no nosso contexto de aridez, as Zonas Húmidas representam um ecossistema bastante importante, porque há várias espécies migratórias que aproveitam essas áreas para alimentação, refúgio, também há espécies que não são migratórias, mas utilizam essas áreas para reprodução”, explicou.

Referindo que o país até o momento tem quatro Zonas Húmidas de importância internacional, a bióloga manifesta preocupação face à situação de degradação em que se encontram, compreendendo, entretanto, que é possível reverter esta tendência, com aposta na restauração, ciente, porém, que o investimento a ser feito é avultado, que Cabo Verde é um país pobre, o que poderá dificultar esse processo. 

“O país ainda não tem essa experiência. Mas é necessário algum investimento. Em termos de conservação, infelizmente, as Zonas Húmidas de importância internacional estão bastante degradadas. Há poucas acções de conservação e poderão perder esse estatuto internacional”, acautelou.

Ao fazer essa leitura, Ana Veiga disse que a celebração do Dia Mundial das Zonas Húmidas alerta pela necessidade da conservação desses ecossistemas, que têm “muitas vantagens”.

 

 

 

“Por exemplo, são uma barreira contra possíveis inundações e isso é uma grande vantagem principalmente para as pessoas que vivem perto dessas áreas. Também são áreas que servem como uma grande produção alimentar. Não é o caso de Cabo Verde, mas de outras paragens. Além do valor ecossistémico, turístico, paisagístico…têm imensas vantagens, e esse dia serve para nos alertar para a necessidade de conservar essas áreas”, sublinhou a bióloga.

Para isso, Ana Veiga defende, também, uma maior divulgação sobre o valor das Zonas Húmidas, uma maior comunicação entre as instituições, ter atenção a esses ecossistemas na planificação porque, conforme analisou, “muitas vezes” não são levadas em conta, podendo sofrer degradações que poderiam ser evitadas.

“A grande preocupação é, de facto, a conservação das Zonas Húmidas, porque estão muito degradadas. É possível reverter essa tendência, não a cem por cento, mas mitigar (…), há danos que poderão ser irreversíveis, mas é necessário a conservação dessas zonas porque, caso contrário, acabam por desaparecer”, preveniu.

“Penso que desde que haja interesse do Governo de Cabo Verde em restaurar estas áreas, no domínio da cooperação, é possível fazer parcerias com entidades estrangeiras que já tenham experiência nesta área, aproveitar os nossos técnicos capacitados para realizar este processo de restauração. Um ecossistema degradado poderá não voltar a ser o que era”, concluiu

SC/JMV

Inforpress/Fim

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