*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***
Assomada, 30 Out (Inforpress) – A venda de roupas em segunda mão, popularmente conhecida por “moia”, por mulheres, na cidade de Assomada, em Santa Catarina, tem ganhado espaço e crescimento nesse município do interior de Santiago.
Em Assomada, nas imediações do Mercado Novo de Achada Riba, Maria Vieira e Elisabete de Pina Barros comandam as barracas de roupas e calçados usados para crianças e adultos, onde vendem todas as quartas-feiras e sábados, dias de feiras naquela cidade.
A barraca improvisada chama atenção por quem passa por ali, não só pelo preço das roupas e calçado, mas, segundo as vendedeiras, pela qualidade dos produtos, apesar de serem de segunda mão.
Tudo é organizado, bonito e limpo, apesar de algumas roupas estarem estendidas no chão.
“Todos vêm aqui e compram conscientemente as roupas e calçados usados. Os clientes são pessoas de todas as classes sociais”, contou à Inforpress Maria Vieira, mais conhecida por Leny, que há quatro anos vende roupas em segunda mão em Assomada.
As roupas e calçados, conforme explicou, são separados de acordo com o uso, ou seja, os semi-novas e as mais usadas.
“As semi-novas são penduradas em cabine, e são vendidas a partir de 500 a 1500 escudos. Já as mais usadas ficam no chão para as pessoas escolherem a peça que desejarem, e os preços variam de 50 a 200 escudos”, esclareceu Leny.
Elisabete de Pina Barros, mais conhecida por Tequinha, está neste negócio há mais de quatro anos, aliás, é por sua influência que a sua amiga Leny se encontra no ramo, tendo em conta que ambas são de São Martinho Grande, no município de Ribeira Grande de Santiago.
“As pessoas procuram os nossos produtos por serem de qualidade, por serem peças únicas e ainda porque vendemos a bom preço”, assegurou Tequinha.
Segundo ela, há pessoas que também compram os seus produtos para revenda ali mesmo, nos arredores do mercado e outros nos boutiques da urbe.
As fontes da Inforpress notaram que a procura pelas roupas usadas tem aumentado muito nos últimos tempos, mas não relacionam o facto com a questão da sustentabilidade.
É que, segundo as entrevistadas da Inforpress, esta procura consciente não tem nada a ver com a preocupação com a sustentabilidade, e nem com a falta de condições, até porque têm clientes de todas as classes sociais.
Leny e Tequinha notaram que através do negócio da venda de roupas têm realizado alguns dos seus sonhos, como de casa própria e apelaram às outras mulheres para apostarem no empreendedorismo.
No entanto, as duas amigas, com mais de 40 anos, têm um sonho em comum, que é no futuro abrirem uma loja de roupas nas próprias residências e deixarem de vir todas as quartas-feiras e sábados para a cidade de Assomada.
FM/JMV
Inforpress/Fim
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