Cidade da Praia, 18 Dez (Inforpress) – O presidente do Instituto Nacional de Estatística advertiu hoje que o uso da Inteligência Artificial deve ser acompanhado de medidas preventivas para evitar desvios e garantir a transparência dos dados, destacando que a transformação digital depende de profissionais capacitados.
Jorge Cardoso falava durante a décima conferência estatística da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e reunião dos presidentes e directores gerais da estatística da CPLP, realizada na cidade da Praia, sob o tema “O uso das TIC e da Inteligência Artificial na redução de estatísticas de qualidade".
Segundo explicou, embora a modernização tecnológica tenha o potencial de democratizar o acesso à informação, promover a inclusão social e aumentar a transparência nos processos de tomada de decisão, envolve também desafios e complexidades.
De entre eles, o responsável destacou a necessidade de garantir a segurança e privacidade dos dados, asseverando que os riscos da cibersegurança podem comprometer a credibilidade das informações oficiais e que, por isso, devem ser acompanhados de medidas para garantir a transparência em todo processo de produção.
Jorge Cardoso alertou, na sequência, para a importância de investir em qualificação técnica e profissional dos recursos humanos e fomentar a colaboração partilha de experiência e boas práticas entre os países parceiros da CPLP.
O uso das tecnologias e da Inteligência Artificial reveste-se, acrescentou, numa aposta fundamental para produção de estatísticas de qualidade, essencialmente neste contexto de evolução digital e da busca de métodos mais "eficazes e inovadores" para garantir a previsão e a relevância dos dados.
“Como produtores de estatísticas oficiais enfrentamos um duplo desafio, de nos adaptarmos a este novo cenário e de garantir que os dados gerados sejam confiáveis e úteis para a formulação de políticas e para o bem-estar das nossas populações”, realçou, frisando que a produção de dados confiáveis constitui um dos desafios significativos dos países da CPLP.
Conforme explicou, essas tecnologias permitem a recolha de dados mais eficiente, através de fontes como sensores, satélites, redes sociais e dispositivos móveis, assegurando o acesso a grandes volumes de dados e possibilitando a produção de informações em tempo real.
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) podem ainda, sublinhou, aumentar a eficiência operacional dos institutos nacionais de estatística, reduzir os custos e minimizar erros.
A digitalização, continuou, também facilita a disseminação de dados, permitindo que as informações essenciais cheguem rapidamente aos utilizadores, nomeadamente os decisores políticos e o próprio cidadão.
Por seu lado, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e do Fomento Empresarial, Olavo Correia, ao presidir à abertura do evento, salientou que a automação dos processos de análise contribui para a disponibilização de informações por meios de plataformas interativas, e a produção em tempo útil com a qualidade e a presença necessária.
O governante garantiu que Cabo Verde tem dado “passos importantes” na adopção destas tecnologias que garantam a modernização na produção estatística e na melhoria da qualidade dos dados.
A aposta, elencou, inclui investimentos em infra-estruturas digitais "robustas", e a criação de plataformas de dados abertos que permitem a gestão eficiente e transparente das informações, mas, sobretudo, a democratização do acesso aos dados.
LT/CP
Inforpress/Fim
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