Cidade da Praia, 15 Mai (Inforpress) - A representante da FAO em Cabo Verde considerou hoje que as políticas que apoiam e defendem o empoderamento das famílias no contexto das alterações climáticas são cruciais para garantir um futuro “seguro, resiliente e sustentável para todos”.
Ana Touza fez estas afirmações no âmbito da “conversa aberta” sobre “Família e as alterações climáticas: Desafios e soluções”, que decorreu na cidade da Praia, em comemoração ao Dia Internacional da Família, que hoje se assinala.
Este ano, a efeméride é comemorada sob o tema das alterações climáticas, como forma de sensibilizar para o impacto e o papel do mesmo nas famílias.
“As alterações climáticas têm um impacto negativo na saúde e no bem-estar das famílias através do aumento da poluição, enquanto os fenómenos meteorológicos extremos exacerbados pelas alterações climáticas, como furacões, secas e inundações, conduzem frequentemente a deslocação forçada e a perda de meios de subsistência para famílias e indivíduos”, alertou.
Tais eventos, apontou, impactam a produtividade agrícola e o acesso à água, como se tem observado em Cabo Verde nos últimos anos, intensificando a insegurança e a vulnerabilidade alimentar, entre outros.
Segundo Ana Touza, sem medidas drásticas a adaptação e a mitigação dos impactos das alterações climáticas tornar-se-ão cada vez mais difíceis e dispendiosas, tendo defendido que existe uma “necessidade urgente” de uma acção climática mais ambiciosa por parte dos Governos, do sector privado e dos cidadãos.
“Cabo Verde já estabeleceu objectivos claros e ambiciosos no PEDS II [Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável II] e noutros programas de desenvolvimento sustentável, como o aumento das energias renováveis no consumo total de energia”, reconheceu, salientando que esses passos são louváveis.
Segundo a representante da FAO, iniciativas familiares e comunitárias também podem promover a acção climática através da educação, do acesso à informação, formação e da participação comunitária.
“Capacitar as famílias para a tomada de decisões respeitadoras do ambiente, apoiar iniciativas comunitárias e integrar abordagens centradas na família e inter-geracionais nas políticas podem garantir uma acção climática mais significativa e eficaz”, perspectivou.
A “conversa aberta”, enquadrada nas celebrações do Dia Internacional da Família, foi promovida pelo Ministério da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, na Escola Básica de Achada Grande Trás, com o intuito de destacar a sua importância na base da educação e protecção infantil.
A iniciativa teve por objectivo ainda sensibilizar os alunos, pais, encarregados de educação, famílias e toda a sociedade civil para as alterações climáticas e o seu impacto na família, bem como consciencializá-los sobre a adoção de hábitos sustentáveis e a importância da consciência climática.
ET/CP
Inforpress/Fim
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