ADAD pede análise das estratégias adoptadas em relação à seca e desertificação

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ADAD pede análise das estratégias adoptadas em relação à seca e desertificação
14/06/24 - 01:18 pm

Cidade da Praia, 14 Jun (Inforpress) – A Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD) apelou hoje, na cidade da Praia, a uma reflexão profunda sobre as estratégias adoptadas por Cabo Verde no combate à seca e à desertificação.

A solicitação foi feita pela representante da ADAD e coordenadora do Centro de Tratamento de Resíduos de Água, Neusa Brito, em declarações à imprensa à margem do Fórum Salvar o Planeta e 30 Anos da Convenção sobre Desertificação, promovida pela associação na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e Seca, celebrado a 17 de Junho.

"Este é um momento de reflexão, sobretudo para repensarmos as nossas atitudes e avaliar o caminho que estamos percorrendo. Cabo Verde, como um país insular com um ecossistema extremamente frágil, deve reconsiderar as suas acções devido às secas prolongadas que temos enfrentado. É crucial rever as estratégias actuais e verificar se estamos no caminho certo ou se precisamos mudar de direcção," afirmou Neusa Brito.

A coordenadora destacou que, apesar de Cabo Verde ter assumido uma posição de responsabilidade ao ser o primeiro país africano a assinar a Convenção de Desertificação em 1995, ainda há muito a ser feito.

"Temos consciência da nossa fragilidade e implementamos diversos programas e projectos, mas as mudanças climáticas exigem novas formas de acção”, declarou aquela responsável.

Neusa Brito enfatizou a contradição de Cabo Verde ser um país rodeado por água, mas sofrer de escassez hídrica.

"Precisamos analisar as estratégias de abastecimento, mobilização, tratamento e reutilização de águas residuais para verificar se são as mais eficazes. Na gestão de resíduos sólidos, ainda carecemos de sistemas eficientes que evitem a contaminação do solo, o que impacta negativamente a nossa segurança alimentar", sublinhou.

Ressaltou a importância da mobilização de água para reverter esse quadro, observando que a falta de engajamento no uso de águas residuais resulta em desperdício de recursos que poderiam ser reutilizados.

"Vários litros de água são desperdiçados diariamente quando poderiam ser reaproveitados", lembrou.

A coordenadora também mencionou a necessidade de utilizar novas tecnologias e técnicas de agricultura urbana.

"As câmaras municipais e o Governo têm um papel fundamental e são chamados a repensar essas estratégias”, vincou Neusa Brito para quem todos, enquanto cidadãos, governantes e associações, têm responsabilidade nesta questão crucial.

TC/HF

Inforpress/Fim

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