Bruxelas, 08 Fev (Inforpress) - A União Europeia (UE) voltou hoje a criticar o adiamento das eleições presidenciais no Senegal, decretado pelo Presidente Macky Sall, e apelou aos atores políticos que restabeleçam o seu calendário eleitoral.
O bloco europeu viu com "preocupação" o adiamento das eleições, previstas para 25 de fevereiro, para 15 de dezembro.
A decisão de Sall "mina a longa tradição democrática do Senegal" e "abre um período de incerteza" no país, declarou a porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Nabila Massrali, numa conferência de imprensa, em Bruxelas.
Neste sentido, a UE voltou a criticar o facto de o adiamento das eleições ter sido decidido sem "transparência" e sem consultar as principais forças políticas do Senegal, pelo que apelou aos atores políticos para que "tomem rapidamente as medidas necessárias para restabelecer o calendário eleitoral".
Macky Sall baseou a decisão de adiar as eleições presidenciais em dois argumentos. Em primeiro lugar, na acusação de alegada corrupção de membros do Conselho Constitucional (CC) - o organismo garante da legalidade do processo -, feita pelo Partido Democrático Senegalês (PDS), cujo candidato, Karim Wade - filho e antigo ministro do ex-presidente Abdoulaye Wade -, foi excluído da corrida presidencial por ter dupla nacionalidade, senegalesa e francesa, não obstante ter renunciado formal e comprovadamente à segunda, dias antes do anúncio da lista final de candidatos às eleições.
O segundo argumento foi o facto de o CC ter validado a candidatura de Rose Wardani, líder do movimento Senegal Novo, acusada nas redes sociais no passado dia 01 de possuir nacionalidade e número de eleitor franceses, provas alegadamente constantes numa lista do Consulado de França em Dacar.
O Senegal situa-se na costa oeste africana, é a nação mais próxima do arquipélago de Cabo Verde e faz fronteira a sul com Guiné-Bissau.
Inforpress/Lusa
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