Cidade da Praia, 30 Jan (Inforpress) – A União Europeia (UE) vai financiar três projectos para a promoção do turismo sustentável nas áreas protegidas no valor de quase três milhões de euros, para a geração de rendimentos nas comunidades através das organizações da sociedade civil.
Eco Raízes, em São Nicolau e Santo Antão, Terras Vivas em Santo Antão e Destino Fogo foram os projectos beneficiados, que vão trabalhar no apoio às associações comunitárias e municipais, tendo como foco as áreas protegidas, a promoção da oferta turística e a gestão sustentável dos recursos naturais.
Os três projectos foram seleccionados ao abrigo do concurso lançado em Novembro de 2022, intitulado “Apoiar e reforçar a sociedade civil enquanto promotora do turismo sustentável nas áreas protegidas como factor de geração de rendimentos para as comunidades locais”, com o objectivo de contribuir para a sustentabilidade ambiental e a melhoria das condições socioeconómicas em Cabo Verde.
A cerimónia de assinatura dos contratos aconteceu hoje, na cidade da Praia, e contou com a presença dos representantes dos projectos, da embaixadora da União Europeia, Carla Grijó, e do ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
Em declarações à imprensa, antes da oficialização dessa parceria, Gilberto Silva esclareceu que esses projectos, a serem desenvolvidos em São Nicolau, Santo Antão e Fogo, servirão para uma melhor integração das actividades do turismo rural local, compaginado com uma boa gestão das áreas protegidas.
O governante avançou que essa iniciativa vem na sequência do projecto Biotour, que preconizava a integração da biodiversidade no desenvolvimento do turismo, com especial ênfase nas áreas protegidas.
“Essas actividades das ong vêm reforçar, ainda mais, aquilo que foram as bases lançadas no projecto Biotour”, frisou Gilberto Silva, apontando que se trata de uma iniciativa que ajuda a empoderar as organizações, assim como as associações comunitárias, “que irão ajudar nas boas práticas e na promoção do turismo local”.
“Fazendo isso, teremos as áreas protegidas valorizadas e melhores conservadas e, por outro lado, teremos actividades geradoras de rendimento que permitirão um aumento das rendas das famílias, contribuir para maior autoemprego e bem-estar das populações”, perspectivou.
Por sua vez, a embaixadora da União Europeia reiterou que o objectivo da implementação destes projectos é promover turismo sustentável em áreas protegidas para dar continuidade ao trabalho da UE com as organizações da sociedade civil.
“São um actor de desenvolvimento em Cabo Verde e nós sabemos que são, muitas vezes, as que estão mais próximas da realidade. Por isso têm dado uma contribuição fundamental”, notou Carla Grijó.
A responsável esclareceu ainda que a aposta no turismo se deve ao facto de ser um sector muito importante para o desenvolvimento de Cabo Verde, por contribuir com mais de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
O objectivo central desta iniciativa, segundo a embaixadora da UE, é encontrar uma forma de conciliar a protecção das áreas protegidas com a criação de actividades que geram rendimento para as populações que aí vivem.
Os projectos vão ser executados pela Associação Amigos da Natureza, em Santo Antão, Associação de Desenvolvimento do Património de Mértola, em Santo Antão e São Nicolau e pela organização não-governamental italiana Cospe, na ilha do Fogo, todos em estreita parceria com autoridades municipais e nacionais.
OM/CP
Inforpress/Fim
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