Espargos, 27 Fev (Inforpress) – O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição), João Santos Luís, defendeu hoje, no Sal, que a TACV não deveria ter deixado as ligações domésticas, considerando que foi uma má decisão do Governo na altura.
João Santos Luís mostrou esse posicionamento depois de ser instado a falar sobre o regresso da TACV Cabo Verde Airlines (TACV) aos voos inter-ilhas, durante uma conferência para fazer o balanço da sua visita à ilha do Sal.
Conforme o líder partidário, “a saída da TACV das ligações inter-ilhas foi uma decisão precipitada do Governo que traduziu naquilo que se vive actualmente no país em termos de ligações aéreas”.
“Temos uma conetividade deficiente, isto por incapacidade do Governo e do próprio Ministério dos Transportes nesta matéria (…) um país que se diz que aposta no turismo, não há conectividade e os turistas chegam ao Sal ou à ilha da Boa Vista e não conseguem deslocar-se para as outras ilhas, ou se conseguem ir não têm garantias de voltar”, declarou João Santos Luís.
João Santos Luís afirmou ainda que essa “encruzilhada”, em que o país se encontra é “inteiramente da responsabilidade do Governo, que aceita que as empresas que têm assumido as ligações domésticas nos últimos tempos, se preocupem apenas com os lucros”.
O líder dos democratas-cristãos concluiu dizendo que o regresso da TACV é uma boa medida, que o próprio Governo já constatou depois do “fracasso” das outras empresas.
“Essas empresas de ligação domésticas que têm vindo a operar em Cabo Verde, não têm a responsabilidade e o objectivo público, mas sim de lucro e isso constatamos pelos preços dos bilhetes dos transportes de uma ilha para outra”, concluiu.
A TACV anunciou hoje que, em regime de complementaridade à operação da TICV - Bestfly Cabo Verde, vai iniciar voos domésticos, de e para os aeroportos da Praia, Sal, São Vicente e Boa Vista, sob a sua responsabilidade para o incremento da mobilidade entre as ilhas.
Desde Maio de 2021 que a BestFly, companhia angolana, passou a ter concessão do serviço público de transporte aéreo interilhas em Cabo Verde com a saída da Binter do mercado doméstico cabo-verdiano.
Neste momento, a Bestfly opera com um único avião que tem sofrido avarias frequentes, deixando passageiros em terra.
Em comunicado divulgado na segunda-feira, a companhia manifestou o seu empenho em reajustar a sua estratégia em Cabo Verde, implementando mudanças estruturais, a nível de gestão e técnico, que permitam corrigir e suprimir os constrangimentos verificados até ao momento.
NA/CP
Inforpress/Fim
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