
Cidade da Praia, 31 Out (Inforpress) – A coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde considerou hoje que as cidades inteligentes devem ser centradas nas pessoas, com tecnologia e inovação ao serviço da redução das desigualdades e do bem-estar coletivo.
Patrícia Portela de Souza fez estas declarações à Inforpress à margem da aula magna comemorativa do Dia Mundial das Cidades, promovida pelo Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, em parceria com o ONU-Habitat, sob o lema “Cidades inteligentes centradas nas pessoas”.
Para a coordenadora, toda cidade deveria ser um lugar inteligente, onde as pessoas se sintam bem e tenham oportunidades que potenciem o desenvolvimento humano.
No entanto, alertou que no mundo cerca de 3 mil milhões de pessoas vivem em moradias inadequadas e 1,1 mil milhões em assentamentos informais, situação que classificou de “precária e urgente de reverter".
A responsável das Nações Unidas salientou que os avanços tecnológicos e os recursos financeiros globais devem beneficiar todas as pessoas.
“As cidades inteligentes não podem deixar invisíveis as populações mais vulneráveis. A inovação e o acesso à internet e à inteligência artificial têm de servir as pessoas”, afirmou.
Para Patrícia Portela, a transformação digital deve ser inclusiva, orientada para reduzir desigualdades e não as ampliar.
A coordenadora destacou ainda a importância dos espaços públicos como locais de convivência, encontro e integração social.
“As cidades devem promover espaços para crianças, jovens e mulheres, que fomentem a coesão social e evitem o isolamento urbano”, sublinhou.
Em relação a Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza reconheceu os esforços nacionais para a construção de infraestruturas resilientes, mas sublinhou a necessidade de continuar a investir em políticas habitacionais inclusivas.
“Estamos a apoiar o ministério na identificação das famílias que necessitam de habitação adequada e na melhoria das condições das que já têm, mas vivem em situações precárias”, afirmou.
Segundo acrescentou, esta política deve também abranger jovens estudantes que se deslocam das ilhas de origem para estudar.
A aula magna decorreu na Escola Técnica de Achada Santo António, na cidade da Praia, e reuniu estudantes das áreas de construção civil, a quem a responsável da ONU desafiou a pensar em soluções inovadoras e sustentáveis de edificação com materiais locais.
TC/AA
Inforpress/Fim
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