Cidade da Praia,13 Set (Inforpress) - O tecelão José Carlos Viera Tavares, mais conhecido por Zeca Pano Terra, com 41 anos de profissão, participa hoje da exposição do Centenário de Amílcar Cabral, que decorre na praça Alexandre Albuquerque, no platô.
Natural do concelho de São Miguel, interior da ilha de Santiago, “Zeca Pano Terra”, em entrevista à Inforpress, disse que já leva 41 anos como tecelão, arte que diz ter aprendido na família e que desperta a atenção de todos que visitam a exposição.
“Eu aprendi tudo desde pequeno, nasci em uma casa que se trabalha com o tear, e todos da minha família trabalham com isso, e eu como sendo o mais pequeno, abandonei a escola e me dediquei a fazer os panos”, ressaltou.
O mesmo afirmou que durante os seus 41 anos como tecelão, já ministrou uma formação na ilha do Fogo, também participou de exposições na ilha do Sal, em Assomada (Santa Catarina de Santiago), mas essa é a sua primeira vez que está a expor na praça do Plateau cidade da Praia, onde decorre a exposição de 13 a 21 do corrente, após vários anos.
“Participei de várias exposições, mas na cidade da Praia é a primeira, (nos últimos 30 anos), visto que a última vez que participei de uma exposição na capital do país foi no ano de 1990, na Biblioteca Nacional”, explicou.
Tecelão de profissão, José Tavares afirmou ter trabalhado em várias outras profissões, mas que não se encaixou em nenhuma, por isso dedicou apenas a fazer os panos de terra.
“Já trabalhei na construção civil por um tempo, mas acabei por abandonar e me dedicar totalmente à produção dos panos”, disse.
Para Zeca Pano Terra, a venda dos seus produtos decorre dentro da normalidade, afirmando que os turistas são os maiores consumidores e deslocam-se até o seu local de trabalho para adquirir os seus produtos.
“Os turistas passam sempre para visitar e adquirir os meus produtos que se encontram na Casa de Arte, no polivalente de Calheta São Miguel, espaço oferecido pela Câmara de local, por isso agradeço imenso à autarquia que nos abriu a porta para o mercado”, declarou.
Quanto à aquisição das matérias para a fabricação dos panos, José Tavares afirmou não haver dificuldades em adquiri-las, porque “são de fácil acesso em todo o mercado do país”.
Com 41 anos de experiência como tecelão, José Carlos Vieira Tavares mantém a tradição de produção de panos de terra para manter a arte de tear ainda “viva”.
SR/JMV
Inforpress/Fim
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