Mindelo, 06 Set (Inforpress) - O director do Centro Nacional de Arte Artesanato e Design (CNAD) informou hoje, no Mindelo, que a feira Urdi 2024 vai decorrer de 11 a 15 de Dezembro para evitar que o evento coincida com as eleições autárquicas.
Artur Marçal, que falava em conferência de imprensa, explicou que alteraram o arranque da feira para um momento mais calmo para evitar que coincidisse com as eleições autárquicas.
“Portanto, é uma alteração pontual. A partir do próximo ano, a Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde (Urdi) voltará à sua data como sempre foi”, assegurou.
Segundo o director do CNAD, este ano, a Urdi decorrerá sob o signo da reinterpretação da matéria e lança um desafio à classe artística, aos artesãos e aos designers, entre outros criativos, para juntos reflectirem sobre o papel da arte e da cultura perante a crise ecológica.
“Um desafio a olharmos de forma criativa para o nosso ecossistema. Nós todos sabemos da nossa condição arquipelágica, a orografia das ilhas, a insularidade no Atlântico, apesar de sermos um País pequeno, coloca-nos ainda mais desafios nessas questões, sobretudo numa altura em que temos sentido efeitos da crise global”, afirmou.
A ideia, explicou, é mobilizar todos os criativos para analisarem como a arte e a cultura podem despertar a consciência colectiva através do universo e do eu.
Conforme Artur Marçal, em termos de programação vão ter a residência criativa, que é a primeira actividade da Urdi, o “Nô bai Urdi”, que terá um formato diferente.
“Vamos ter o salão com duas exposições, sendo uma o resultado da residência criativa e mais outra exposição, a Urdi Júnior, a feira na Praça Amílcar Cabral, as Grandes conversas, os concertos e o prémio Djoy Soares”, acrescentou.
No entanto, a mesma fonte informou ainda que o concurso de design denominado “Ecodesign”, integrado na feira, foi cancelado por falta de candidaturas suficientes para avançar com o projecto. Este ano a feira não terá municípios convidados.
“Estamos num País em que há muita reclamação por falta de oportunidades. A nossa classe está sempre a reivindicar que não há oportunidades, não há patrocínio. E quando há este tipo de iniciativas e não há adesão leva-se a questionar também qual é o interesse da nossa classe em estar a acompanhar aquilo que está a acontecer”, argumentou.
Artur Marçal explicou que o concurso "Cota Zero" também teve uma fraca adesão assim como os editais internacionais que o CNAD partilha direccionado a artistas e artesãos.
“Praticamente não há jovens designers e artistas interessados. Isso quer dizer que nós temos de fazer uma reflexão”, considerou a mesma fonte.
CD/ZS
Inforpress/Fim
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