Mindelo, 08 Abr (Inforpress) - A central fotovoltaica de Norte de Baía, em São Vicente, cujas obras iniciam “em breve”, vai permitir que “mais de 40% de electricidade” seja produzida através de energia renovável, garantiu hoje o ministro da Indústria Comércio e Energia.
Alexandre Monteiro deu estas informações na manhã desta segunda-feira, ao visitar o local que deverá receber a infra-estrutura, localizada em Norte de Baía, nas proximidades do troço de estrada que liga Baía à Salamansa.
Trata-se, segundo a mesma fonte, de um parque solar de cinco megawatts de potência e que produzirá um volume de energia superior a 15 por cento (%) do consumo de energia na Ilha de São Vicente.
Com esse projecto, asseverou, seguramente vai-se garantir que “mais de 40% de electricidade” produzida na ilha seja a partir de vento e sol.
“Isto contribui para aumentar também a penetração de energias renováveis na Ilha de São Vicente) e, por conseguinte, no País, que é o que nós queremos, reduzir a dependência de combustíveis fósseis”, sublinhou o governante, adiantando uma poupança de “mais de 2.500 toneladas” na importação de combustíveis fósseis, num montante “superior a 250 mil contos”.
A central deverá estar pronta em Dezembro e partir de Janeiro de 2025 começar a injectar energia na rede pelo preço de cinco escudos por kilowatts a hora, que são valores, ajuntou, “muito inferiores” ao preço, ao custo actual de produção de eletricidade com combustíveis fósseis, neste momento quatro - cinco vezes mais.
Daí, o trabalho que está a ser feito em todas as ilhas do País, com a instalação de infra-estruturas de capacidade de produção de energias renováveis, que, segundo a mesma fonte, possibilitará cada vez mais energias limpas no perfil, no produto energético de Cabo Verde.
Questionado sobre o impacto do projecto na factura final dos consumidores, Alexandre Monteiro explicou que dependerá de “vários factores” e das decisões da entidade reguladora independente.
O parque fotovoltaico é o resultado de um concurso internacional aberto também a empresas nacionais e que teve como vencedora a empresa Águas de Ponta Preta (APP), em parceria com uma filial espanhola, Impulso Solar.
“Foi criada uma empresa para desenvolver e operar este projecto durante 25 anos, depois a infra-estrutura reverterá ao Estado. Temos que ser capazes de retornar o investimento e ganhar algum dinheiro também, porque somos uma empresa privada”, esclareceu o director da APP, Damiá Pujol.
Segundo a mesma fonte, ainda estão à espera de licença para ocupar o terreno equivalente a 12 hectares (área equivalente a 12 campos de futebol).
Damiá Pujol garantiu que todos os equipamentos principais já estão em San Vicente, entre estes, os painéis fotovoltaicos, estruturas de suporte e inversores elétricos.
O projecto está orçado em 450 milhões de escudos financiados através de uma emissão de obrigações na bolsa, em títulos de bônus verdes (green bonds), colocados no mercado pelo o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN).
Após a entrada em funcionamento, afiançou o responsável da APP, deverá evitar emissões de carbono e ser integrado no mercado dos créditos de carbono, algo que, sublinhou, já está a ser trabalhado com a Golden Standard.
LN/CP
Inforpress/Fim
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