Mindelo, 25 Jul (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas admitiu hoje, no Mindelo, que a figura do cantor Bana é uma daquelas que precisa ser resgatada de forma ainda "mais pujante” do que uma silhueta.
Abraão Vicente deixou o repto ao presidir à inauguração, na Avenida Marginal, no Mindelo, de uma silhueta do considerado “rei da morna”, já falecido, e que ganhou estampa hoje, juntamente com as imagens dos escritores António Aurélio Gonçalves, também conhecido por Nhô Roque, Dina Salústio e Fátima Bettencourt.
“Creio que Bana precisa de ser resgatado de uma forma ainda mais pujante, pela sua presença, pela sua importância, por aquilo que ele representa para a cultura cabo-verdiana”, sublinhou.
Mas, da sua parte confirmou estar com o sentimento de dever cumprido depois de ter dado a São Vicente estátuas e silhuetas de Manuel d´Novas, Luís Morais, Germano Almeida e agora estes últimos quatro.
Também porque, como considerou Abraão Vicente, Cabo Verde tem poucas figuras da cultura nas ruas do país.
“Eu não sou contra os que estão, que vêm do colonialismo, mas como é possível, quase 50 anos depois da independência, ainda não termos grandes figuras da cultura, não políticas, nas ruas”, questionou.
E é este, garantiu, o “grande objectivo” deste projecto de construção de silhuetas, que quer que seja dado continuidade com a “mesma paixão” por forma a dar às crianças e jovens referências, explicou Abraão Vicente no final do evento.
O périplo de apresentação das silhuetas foi iniciado na praia da Laginha, com Dina Salústio, seguido de Avenida Marginal, com Bana, e depois Praça Nhô Roque, também na Avenida Marginal, onde estão as imagens de Fátima Bettencourt e o próprio Nhô Roque.
O acto de inauguração contou com a presença de duas das homenageadas, Dina Salústio e Fátima Bettencourt, que se mostraram “muito agradecidas e emocionadas pelo gesto” e por terem sido lembradas pelo Governo de Cabo Verde, na pessoa do ministro Abraão Vicente.
No caso de Bana, teve a representação da irmã Maria da Luz, que disse estar satisfeita pela lembrança.
“Nunca é tarde”, considerou.
Já Nhô Roque esteve representado pelas filhas, que destacaram o facto de ter chegado o momento de a figura de António Aurélio Gonçalves estar nas ruas do Mindelo.
“Se ele estivesse aqui connosco seria com toda a humildade que o caracterizou sempre, que estaria aqui, se calhar está, com toda a humildade e toda a gratidão para com este momento”, reiterou a filha Fátima Gonçalves.
Da parte da edilidade, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves acredita que toda a história contada, escrita, cantada, é a identidade do povo cabo-verdiano.
Ainda mais em São Vicente, continuou, onde a cultura trouxe um “enorme movimento” à ilha.
LN/CP
Inforpress/Fim
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