Cidade da Praia, 05 Fev (Inforpress) – O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep), Jorge Cardoso, denunciou hoje, na cidade da Praia, a “situação difícil” dos professores devido à falta de cobertura do INPS e atraso salarial a cerca de 250 novos docentes.
Jorge Cardoso falava em uma conferência de imprensa para abordar, entre outras questões, o não pagamento de salários aos novos professores contratados para o ano letivo 2023/2024.
"Estamos indignados com a difícil situação que os docentes enfrentam neste momento devido à falta de respeito e consideração por parte do Ministério da Educação. Recentemente, denunciamos a falta de cobertura do INPS, e agora recebemos reclamações de vários professores que, ao se deslocarem às farmácias, são informados de que não possuem cobertura da previdência social", declarou.
Segundo o sindicalista, essa situação tem causado “transtornos” aos professores, que se sentem "envergonhados" durante os atendimentos.
Destaca que há várias queixas de professores associados do Sindep de diversos conselhos, como Santa Catarina, Tarrafal, São Vicente e Santo Antão, que relatam ter ido às farmácias em busca de medicamentos, apenas para serem informados de que não estão cobertos pela Previdência Social.
Em 2023, recordou, a mesma denuncia foi feita e a justificativa do ministro da Educação, Amadeu Cruz, “não convenceu a classe”.
“O ministro tentou dar uma certa justificativa, que estava relacionado com a plataforma, e fizeram um comunicado a dizer que quando assim é, os professores devem contactar as delegações, depois para tomar declaração, e isso não é aceitável”, declarou Jorge Cardoso.
“O professor é descontado mensalmente no seu salário 8 % para transferência para previdência social e o Estado tem que cobrir com mais 15 %, e quando uma pessoa vai fazer aquisição do medicamento não tem tempo de espera, é algo que deve ser resolvido de imediato”, sustentou.
Outra "grande falta de consideração", conforme assinalou o presidente do Sindep, é que cerca de 250 professores que iniciaram suas funções neste novo ano letivo não receberam seus salários referentes aos meses de Dezembro de 2023 e Janeiro do ano em curso, tendo destacado que a justificativa do ministro da Educação é o visto do Tribunal de Contas.
"Fizemos a intervenção junto do ministro da Educação porque estes professores assinaram um contrato inicial de um ano. Posteriormente, foi efetuado um novo contrato de três meses com esses professores, pagando setembro, outubro e novembro. Segundo o senhor ministro da Educação, isso está relacionado com o visto do Tribunal de Contas, o que, com toda a informatização disponível hoje em dia, é inaceitável após seis meses não ter um visto do Tribunal de Contas", ressalvou.
Jorge Cardoso alertou ainda para o facto de que muitos professores estarem colocados em concelhos ou ilhas onde não são nativos.
Daí que exigiu ao ministério de Educação a “resolução imediata” destes problemas, caso contrário a classe se sente na “obrigação” de voltar às lutas que estão agendadas “para breve”.
No entanto, ressaltou que o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) está em greve por tempo indeterminado e, de acordo com a lei, não pode haver sobreposição de lutas na mesma classe profissional.
Portanto, sustentou Cardoso, o Sindep buscará alternativas para promover lutas que forcem o Governo a cumprir com as reivindicações da classe docente.
“Está sendo programado concretamente para o final do ano lectivo, Maio e Junho, sérias lutas se não chegarmos a entendimentos e o Governo não recuar e resolver os problemas da classe teremos sérios problemas no mês de Maio e Junho altura das avaliações finais”, concretizou Jorge Cardoso.
TC/AA
Inforpress/Fim
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