Sindep pede remodelação do Governo com substituição dos ministros da Educação e da Administração Pública

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Sindep pede remodelação do Governo com substituição dos ministros da Educação e da Administração Pública
02/01/25 - 03:04 pm

Cidade da Praia, 02 Jan (Inforpress) – O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) avaliou hoje “negativamente” o ano 2024 para a classe docente e pediu a remodelação do Governo, com substituição dos ministros da Educação e da Administração Pública.

Em entrevista à Inforpress, Jorge Cardoso afirmou que o ano que ora finda foi de muita luta, várias manifestações e greves, mas que, no fundo, o resultado da luta não satisfaz a classe e nem o sindicato.

“Porque esperávamos abertura e diálogo por parte do Governo. Mas infelizmente o Governo continuou casmurro, intolerante e ditador, até extremista para com a classe docente perante as suas reivindicações que não se reduzem apenas com a questão da melhoria salarial, mas com toda a carreira dos professores”, disse.

Relativamente à aprovação na generalidade da proposta do Plano de Carreira, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal docente em Dezembro reiterou que foi enviada ao parlamento de costas voltadas para a classe, sem negociação e sem levar em consideração as reivindicações.

No entanto, sublinhou que falta agora ser discutido na especialidade pelo que voltou a pedir aos deputados que coloquem a mão na consciência e chumbem o documento, lembrando que “foram eleitos pelo povo e que devem estar no parlamento em defesa do povo e não de um grupo”. 

“O documento não merece aprovação, e depois esperamos ter abertura suficiente para trabalharmos a revisão do estatuto e que professores continuem a ter um estatuto enquanto classe especial”, declarou.

A título de exemplo explicou que na tabela de transição remuneratória que acompanha o documento os professores licenciados iniciam com 91 mil escudos, sendo que de quatro a cinco anos se houver disponibilidade orçamental terão um incremento salarial na ordem de dois mil escudos.

Ou seja, frisou, nem sequer chegam a ser 500 escudos por ano para desenvolvimento de carreira da classe docente. 

“E, iniciando em 91 mil escudos, trabalhando 32 anos, toda a carreira do professor vai atingir no máximo 109 mil escudos, o que é a remuneração que inicia a classe especial”, acrescentou manifestando-se expectante quanto à resolução desses problemas neste ano.

Daí que a perspectiva do Sindep para 2025 é, que o chefe de Governo faça uma remodelação retirando os dois ministros que estão a trabalhar directamente com a classe, ou seja, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Edna Oliveira, e o próprio ministro da Educação, Amadeu Cruz.

João Cardoso pediu um ministro da Educação que respeite, de facto, a classe e com total abertura para negociação para que os professores tenham um ano mais tranquilo e haja uma educação de melhor qualidade no país.

ET/HF

Inforpress/Fim

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