Cidade da Praia, 14 Out (Inforpress) - O guitarrista e compositor luso-cabo-verdiano Sérgio Figueira lançou “Seréna”, um álbum inspirado na obra da pintora portuguesa Luísa Queiroz, que viveu em Cabo Verde e criou um universo visual marcado pelo imaginário mágico, feminino e profundamente simbólico.
Segundo um comunicado enviado à Inforpress, a partir da riqueza das telas de Luísa Queiroz, surgiu a ideia de transportar esse universo para a música, dando origem a dez composições originais concebidas como traduções sonoras das histórias contadas pela pintura.
O álbum é liderado por Sérgio Figueira e destaca-se pela fusão entre a música popular cabo-verdiana, morna, funaná, coladeira, mazurca, valsa e côlá e linguagens como o jazz, a música erudita e a world music.
“O resultado é uma estética contemporânea que renova a tradição sem a descaracterizar, propondo um espaço de encontro entre culturas, tempos e sensibilidades”, lê-se no comunicado.
Com o ser feminino como tema central, “Seréna” aborda a mulher nas suas múltiplas dimensões, mãe, amante, ilha, terra e luz. A narrativa simbólica decorre “nas ilhas da outra face da lua”, onde uma sereia encanta o povo com o seu canto e desperta sentimentos de fraternidade e harmonia.
O álbum apresenta-se como “uma viagem poética que funde mito, memória e música, celebrando o feminino como fonte de criação, inspiração e transformação”.
Conforme a mesma fonte, o disco inclui dez temas originais: Serena doce, Infeitiçóde na bô, Praia de nôrte, Espêi de bô alma, Kafacumba, Sêrena debóxe de luar, Ta flutuá, Nhô Denga, Valsa incantóde e Na camin de luz.
As faixas são interpretadas por um grupo de músicos de excelência: Sérgio Figueira, Denys Stetsenko, Amílcar Chantre, Hernâni Almeida, José Brito (Voginha), Carla Lima e Renato Chantre Almeida.
Formado na Escola Superior de Música de Lisboa, Sérgio Figueira estudou também com Vasco Martins e Margarida Brito.
A sua carreira combina formação erudita com uma profunda ligação à tradição musical cabo-verdiana, que procura reinventar através do diálogo com o jazz e outras linguagens contemporâneas.
Colaborou com artistas como Maria Alice, Hermínia, Celina Pereira, Olavo Bilac, Vasco Martins e Jorge Humberto, e é autor da banda sonora do filme Nôs Dança, de Rui Lopes da Silva.
Reconhecido como uma das figuras mais inovadoras da música cabo-verdiana contemporânea, Sérgio Figueira apresentou “Seréna” ao vivo em Cabo Verde no Festival Mindelo Summer Jazz, em Agosto de 2025.
TC/ZS
Inforpress/Fim
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