
Cidade da Praia, 09 Out (Inforpress) – O ministro da Saúde revelou hoje que cerca de 600 idosos vivem isolados e sem cuidados em Cabo Verde, uma situação que contribui para o surgimento de problemas de saúde graves, a ponto de muitos necessitarem de cuidados paliativos.
As declarações do governante foram proferidas durante a cerimónia de apresentação do “Guia Prático de Cuidados Paliativos Oncológicos”, na cidade da Praia, no âmbito da assinalação do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.
Jorge Figueiredo salientou que, devido a esta realidade, o país já dispõe de cuidados paliativos em algumas ilhas, assegurados por cuidadores da área da saúde.
“Na ilha de Santiago temos mais de seis equipas de cuidadores, um centro paliativo na ilha do Fogo que vamos dotar de equipamentos necessários para dar vazão às necessidades e demandas”, disse.
O ministro sublinhou que os cuidados paliativos não se prendem apenas com a idade, mas também com o surgimento de doenças crónicas e oncológicas.
Face à transição epidemiológica e demográfica do país, o governante defendeu que os cuidados paliativos fazem parte do sistema de saúde e devem ser integrados e democratizados para melhor acesso do paciente, onde quer que se encontre.
Jorge Figueiredo reconheceu que o país alcançou vitórias que mudaram a figura da saúde, mas admitiu que, na actualidade, é preciso discutir e admitir o paliativo como “um direito”.
“Hoje é um dia de reflexão que nos faz pensar no que já fizemos e donde viemos, pois, se esquecermos a nossa história não sabemos bem para onde caminhamos”, acrescentou, aconselhando uma comunicação mais estreita sobre o que se está a fazer nesta área e em outras do sector da saúde.
Cabo Verde, segundo disse, mantém os seus valores e não abandona apesar da situação da vida e das dificuldades que cada um vive em ter de deixar entes queridos para trás.
Por sua vez, a especialista na área, Valéria Semedo, destacou as estratégias implementadas no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN) para melhorar os cuidados paliativos, como as consultas por telefone para avaliação e acompanhamento da eficácia dos tratamentos, e a abertura de um espaço num centro de dia para atendimento dos pacientes.
Terminou lembrando que o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos é uma oportunidade para aumentar a conscientização e mobilizar todo o apoio necessário para que as pessoas possam viver com qualidade até ao fim da vida.
PC/CP
Inforpress/Fim
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