
Mindelo, 04 Nov (Inforpress) – O ministro da Cultura disse hoje que foram aprovadas uma máquina, no valor de cerca de seis mil contos, para digitalizar documentos, e um data center de cerca de 65 mil contos, no âmbito do OE para 2026.
Augusto Veiga falava durante a cerimónia de abertura do Ateliê de Tratamento Documental, Preservação, Conservação e Restauro de Documentos Gráficos, no Palácio do Povo, em São Vicente.
Segundo o ministro, esses investimentos, que já estão aprovados no Orçamento do Estado (OE), vão ajudar a dar um novo passo a nível da digitalização no Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, podendo também servir outras instituições, nomeadamente o Ministério da Justiça e o Ministério Público.
Sobre a formação, o governante afirmou que se insere num contexto de recuperação e resposta à situação de emergência que impactou igualmente o património arquivístico da ilha.
Isto porque, explicou, após as chuvas que assolaram o norte do País, foram informados de que o património arquivístico no Palácio da Justiça de São Vicente, pertencente às três instituições do sector da Justiça – Tribunal Judicial, Procuradoria da República e Conservatória dos Registos Civil – tinha sido severamente afectado, ficando completamente inundado por água e lama.
É neste contexto que, clarificou, foi preparado o ateliê, a decorrer durante 12 dias, centrado nas temáticas do tratamento e gestão documental, bem como da preservação, conservação e restauro de documentos gráficos.
Isto, acrescentou o ministro, com o objectivo de reforçar a consciência sobre a importância da organização e valorização do património arquivístico nacional, promovendo a capacitação técnica dos profissionais que asseguram a gestão dos arquivos, em especial das entidades governamentais.
“A acção formativa tem por objectivo o aprofundamento de competências técnicas e científicas em metodologias de inventário, organização e gestão de bases de dados e digitalização de acervos, enfatizando práticas avançadas de documentação museológica, sequenciação e registo de explorações arqueológicas”, destacou.
Conforme o governante, com esta iniciativa reafirma-se o compromisso histórico com a valorização e recuperação do património arquivístico nacional, em particular dos arquivos afectados pela tempestade em São Vicente.
Segundo a vereadora da Câmara de São Vicente, Carla Monteiro, que falou em representação do presidente, “a gestão documental é a espinha dorsal de uma boa governação”.
Por isso, congratulou-se com a iniciativa do Ministério da Cultura, que, através do Instituto do Património Cultural (IPC), tem-se aproximado das instituições produtoras de arquivos públicos no País, com o objectivo de as apoiar tecnicamente na criação de condições necessárias à implementação de práticas arquivísticas.
Para a directora de Cooperação da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Raquel Marchã, a formação tem como finalidade dar resposta aos danos no acervo documental provocados pela tempestade Erin, sublinhando que esse acervo constitui um património que faz parte da história e também da identidade institucional do País.
CD/ZS
Inforpress/Fim
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