São Vicente: Hospital Baptista de Sousa acolhe apresentação dos primeiros dados oficiais sobre doenças de movimento

Mindelo, 24 Jun (Inforpress) - O Hospital Baptista de Sousa, no Mindelo, recebe na quinta-feira, 26, a apresentação dos primeiros dados oficiais sobre as doenças de movimento, que colocam a doença de Parkinson como a de maior prevalência.

A iniciativa é da Fundação Doenças do Movimento em Cabo Verde que pretende dar a conhecer o estudo epidemiológico quando a doença de Parkinson, o tremor essencial e as distonias, são causas crescentes de incapacidade a nível global.

Contudo, até à data, Cabo Verde, segundo a mesma fonte, não dispunha de dados nacionais relativos à sua prevalência, incidência ou impacto na qualidade de vida dos portadores.

O estudo pioneiro, conduzido entre Julho e Dezembro de 2024, incluiu 110 adultos com diagnóstico confirmado e nos quais foram utilizadas três metodologias complementares, análise de processos clínicos, entrevistas estruturadas e aplicação de questionários validados, que permitiram uma “caracterização aprofundada” do contexto cabo-verdiano.

Entre as principais conclusões da análise, consta que a doença de Parkinson representa 79 % dos casos, a prevalência é inferior à média internacional e da Africa Ocidental e mais elevada em pessoas com idade superior a 60 anos e do sexo masculino.

Por outro lado, de acordo com dados da fundação, 70 % dos inquiridos enfrentam dificuldades no acesso à medicação, 35 % reportam barreiras no acesso a terapias e 51 % dos participantes referem impacto forte ou extremo da doença nas suas vidas.

Na quinta-feira, 26, vão ser apresentados outros dados que, conforme a mesma fonte, representam “um marco importante” para o reconhecimento dos desafios enfrentados pelas pessoas com doenças de movimento em Cabo Verde, e sublinham a urgência de uma “resposta nacional integrada, humanizada e baseada em evidência científica”.

A sessão deverá contar com intervenções de representantes da fundação, investigadores e profissionais da saúde, seguida de um momento de debate e reflexão.

O estudo foi realizado com o apoio do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e de diversas instituições públicas e privadas do sector da saúde.

LN/AA

Inforpress/Fim