São Vicente: Cozinheiras escolares ponderam greve no arranque do próximo ano lectivo

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São Vicente: Cozinheiras escolares ponderam greve no arranque do próximo ano lectivo
27/06/25 - 07:17 pm

Mindelo, 27 Jun (Inforpress) - As cozinheiras escolares de São Vicente e do Sal ameaçam entrar em greve no início do próximo ano lectivo caso a Ficase não atender às suas reivindicações, das quais o enquadramento no Plano de Carreiras Funções e Remunerações.

Esta informação foi avançada hoje à Inforpress pelo delegado do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa), em São Vicente, Edy Ganeto, antes de liderar uma manifestação pacífica de cerca de 15 das 50 cozinheiras em São Vicente, afectas à Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escolar (Ficase). 

Segundo Edy Ganeto, a manifestação pacífica, cujo percurso incluiu uma passagem às instalações da Ficase na delegação do Ministério da Educação em São Vicente, visou chamar atenção da fundação sobre a situação laboral das cozinheiras, porque o salário não é actualizado desde 2014, além da “falta de diálogo” por parte da Ficase que recusa em receber o sindicato e para reivindicar melhores condições de trabalho e respeito pela classe.

“Chamamos atenção que em algumas escolas sobretudo em São Vicente e no Sal, cozinheiras têm sido perseguidas e alvo de intimidação de directores escolares. As senhoras foram contratadas para serem cozinheiras e não para irem limpar casas de banho, porque quando falta um funcionário muitas são obrigadas a deixar as panelas nas cantinas para limpar sanitas”, explicou.

A mesma fonte avançou que as cozinheiras reivindicam um retroactivo salarial desde 2024, tendo em conta que continuam a auferir um salário mínimo de função pública de 19 mil escudos, em vez dos 24 mil escudos tal como estipula o novo Plano de Carreiras Funções e Remunerações (PCFR) da Ficase.

No entanto, o sindicalista mostrou-se aberto ao diálogo pelo que disse esperar uma resposta da fundação. Caso, contrário, prometeu que vão entregar um pré-aviso de greve no início do ano lectivo caso estas questões não forem resolvidas.

Segundo Edy Ganeto, na ilha de São Vicente participaram na manifestação cerca de 15 das 50 cozinheiras e na ilha do Sal apareceram apenas cinco.

Pelo que imputou “responsabilidades às próprias cozinheiras pela fraca adesão”, mas considerou que “por detrás disso está um clima de cultura do medo que existe em Cabo Verde”.

A este propósito revelou também que o delegado do ME está a intrometer-se no caso e que alguns directores escolares estão a transferir cozinheiras para escolas longe das suas áreas de residência, como forma de represálias.  Por isso, o sindicalista alertou que as cozinheiras estão sob a jurisdição da Ficase.

CD/ZS

Inforpress/Fim

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