Santo Antão: Professor destaca impacto positivo do projecto musical da EMAEI no comportamento de alunos com necessidades especiais

Ribeira Grande, 18 Dez (Inforpress) – O professor e músico Armindo Dias enalteceu hoje o impacto “positivo” do projecto musical da EMAEI, Ribeira Grande, sublinhando que tem contribuído “significativamente” para a melhoria do comportamento e do desenvolvimento de alunos com necessidades especiais.

Em declarações à Inforpress, Armindo Dias, que responde pelo projecto musical da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI), afirmou que a música tem provado ser uma ferramenta “poderosa” para criar ambientes educativos mais inclusivos, motivadores e focados no crescimento pessoal.

“Muitas vezes, um aluno apresenta comportamentos desafiadores em sala de aula, mas, ao entrar na sala de música, esses comportamentos transformam-se. Isso permite-nos abordar essa dimensão emocional e social de uma forma diferente, utilizando a música como estratégia educativa”, explicou.

O professor salientou que a música não se limita ao ensino de ritmos e melodias, mas reforça a inclusão, promove a criação de laços emocionais e sociais entre os estudantes e favorece o seu processo de aprendizagem e adaptação.

“Tem sido uma experiência gratificante. Não trabalhamos apenas música, mas também diversas competências essenciais, como percepção, comportamento e ritmo. O nosso objectivo não é transformar os alunos em músicos, mas sim identificar e explorar as suas potencialidades através destas ferramentas”, acrescentou.

A importância do projecto foi também destacada pela delegada do Ministério da Educação na Ribeira Grande, Elisabete Santos, que explicou que a inclusão dos alunos no programa é fundamentada nos seus currículos específicos individuais (CEI), elaborados em colaboração com psicólogos e professores.

“Elaboramos os CEI analisando as necessidades de cada aluno. Trabalhamos em parceria com psicólogos e professores para oferecer o apoio mais adequado a cada estudante. Um grupo específico de alunos foi direccionado para a música, utilizando o espaço da EMAEI e a orientação de um profissional qualificado na área”, explicou.

As sessões ocorrem semanalmente e incluem actividades que promovem o desenvolvimento de habilidades como ritmo, coordenação e concentração. Apesar de reconhecer que algumas lições possam ser facilmente esquecidas entre sessões, Elisabete Santos destacou progressos significativos entre os estudantes.

“O que ensinamos numa sessão pode ser esquecido na semana seguinte, mas temos notado avanços importantes no desenvolvimento dessas competências, assim como uma maior motivação para o ambiente escolar. A música tem mostrado, sem dúvida, ser uma ferramenta eficaz para promover a inclusão e apoiar o desenvolvimento integral destas crianças”, afirmou.

Segundo a mesma fonte, o projecto musical da EMAI transcende a experiência pedagógica tradicional ao utilizar a música como linguagem universal para criar um ambiente escolar acolhedor, inclusivo e inspirador para todos os estudantes.

“O trabalho tem sido minucioso e transformador, com resultados que reflectem, não apenas melhorias no comportamento, mas também, no engajamento e na motivação dos alunos no contexto escolar”, disse.

LFS/HF

Inforpress/Fim