
Ponta do Sol, 31 Out (Inforpress) — O marinheiro-pescador António Marcelino Gomes, de Ponta do Sol, defendeu hoje o reforço da formação para os jovens da comunidade e maior apoio à pesca, sublinhando a importância da capacitação, após receber motor e certificado da Escola do Mar.
António Marcelino Gomes, que falava à imprensa após a entrega de motores e certificados das formações promovidas pela Escola do Mar, em Ponta do Sol, evidenciou o papel do Fundo Autónomo das Pescas no apoio concedido, sublinhando que os equipamentos representam “uma oportunidade muito importante”, essenciais para garantir o sustento das famílias.
“Sabemos que os motores são caros e é uma ajuda, mesmo pagando metade do investimento, porque com os motores vamos conseguir trabalhar e sustentar as nossas famílias”, afirmou.
António Gomes manifestou-se também “muito satisfeito” com as formações recentemente concluídas e com os novos formandos que irão iniciar actividades no sector, realçando que sem qualificação não é possível avançar.
“Como o ministro disse, é necessário investir em formações para exercer, e sei que sem formação é impossível”, frisou.
O pescador apelou ainda ao Governo para reforçar a capacitação dos profissionais, sobretudo no que diz respeito à segurança no mar e navegação, lembrando que, apesar de ser uma zona piscatória, muitos jovens da localidade carecem de formação técnica.
“Aqui na Ponta do Sol temos muitos jovens com falta de formação, principalmente na parte da navegação e do GPS, que é importantíssimo para todos. Seria bom aproveitar esta oportunidade e ministrar logo outra formação nesse quesito”, defendeu.
António Marcelino reforçou que a qualificação é a base para o desenvolvimento da pesca e para a autonomia dos trabalhadores do mar.
“Para irmos mais longe, temos que estar capacitados. Apelo ao Governo para nos apoiar e ajudar o mais breve possível, para chegarmos ao nível da pesca que almejamos e, oxalá, irmos mais longe”.
Apesar do entusiasmo, o pescador recordou que os custos das formações são elevados e uma dificuldade para muitas famílias.
“As formações são muito caras e nós, como chefes de família, não temos todo o montante para custear 100 por cento (%)”, lamentou, reforçando que o apoio e o investimento contínuo são fundamentais para o futuro da pesca em Santo Antão.
Por sua vez, o ministro do Mar, Jorge Santos, afirmou que “a melhor contribuição que podem dar à pesca é formar as pessoas, é o capital humano”, sublinhando que a formação não só garante qualificação profissional, como também estimula a capacidade empreendedora dos trabalhadores do mar.
O governante recordou que, aquando do início das formações em Ponta do Sol, o Executivo identificou que o custo estava a ser um obstáculo para muitos formandos, razão pela qual decidiu garantir o acesso gratuito para quem está registado nos grupos de cadastro 1, 2, 3 e 4.
“Tomámos a decisão de que todos teriam formação gratuita… e que o Estado assume esse custo junto da entidade formadora, que é a EMAR. Esse é um compromisso”, destacou.
Jorge Santos acrescentou ainda que, nesta fase no concelho da Ribeira Grande, foram entregues 27 certificados de iniciação para pescador, reforçando o compromisso do Governo com a profissionalização e dignificação da classe.
Para além dos certificados, o ministro do Mar presidiu à entrega de sete motores a pescadores das comunidades da Sinagoga, Cruzinha, Ponta do Sol e Ribeira Alta, reforçando a capacidade operacional das embarcações e contribuindo para a melhoria das condições de trabalho no mar.
Ainda durante a sua passagem por Ponta do Sol, Jorge Santos visitou o espaço onde será instalada uma máquina de produção de gelo, infraestrutura considerada estratégica para o reforço da cadeia de conservação do pescado na localidade.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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