
Ribeira Grande, 11 Nov (Inforpress) – A recente remodelação do Centrum Sete Sóis Sete Luas, no coração da cidade da Ribeira Grande, em Santo Antão, devolveu “alma e propósito a um edifício outrora adormecido”, hoje visto como símbolo da renovação cultural de Santo Antão.
No entanto, conforme o diretor do Festival Sete Sóis Sete Luas, Marco Abbondanza, o espaço pede “vida cultural permanente”.
Em declarações à Inforpress, o responsável afirmou que o Centrum “é agora uma casa digna da arte santantonense”, mas que precisa de movimento e continuidade para cumprir a sua vocação.
“As obras foram bem concebidas e bem executadas. Estamos felizes com esta nova estrutura, com a segurança e com o cuidado da envolvente. Mas um espaço como este precisa de alma, de programação regular. Não pode viver de atividades pontuais”, indicou.
Segundo a mesma fonte, o projeto arquitetónico, assinado por uma arquiteta portuguesa “atenta às questões ecológicas e ambientais”, fez da pedra de Santo Antão o elemento central da reabilitação.
O resultado, segundo Marco Abbonanza, é um edifício que conjuga modernidade e identidade local, com espaços para exposições, eventos, residências artísticas e gastronomia.
“A beleza do edifício está agora visível, sem aquela poeira e desordem que o rodeava. É um espaço digno da arte e da cultura santantonense”, salentou.
O diretor revelou que o objetivo é implementar uma agenda mensal que una música, artes plásticas, gastronomia e residências artísticas.
“Pretendemos que, pelo menos uma vez por mês, haja um momento alto, uma residência artística, um concerto e uma degustação de sabores locais. Queremos também trazer chefes internacionais, para estimular a culinária de Santo Antão”, explicou.
Para o responsável, a regularidade é essencial para criar público e consolidar o impacto cultural.
“Com regularidade, cria-se público. Sem ela, o espaço perde o seu propósito. É preciso também um gestor capaz de dinamizar o Centrum e garantir um restaurante que apresente os sabores de Santo Antão num ambiente de excelência”, acrescentou.
Marco Abbondanza frisou ainda que o Centrum “não é um edifício das associações”, mas “um espaço aberto a todos”, sublinhando o valor estético e criativo do povo cabo-verdiano.
“O cabo-verdiano é culto, amante das artes e tem um sentido estético profundo. O Centrum deve ser o espelho desse amor, um lugar onde todos se possam expressar”, afirmou.
Entre as ambições futuras, Marco Abbonanza disse que está a criação de um museu de arte contemporânea, com obras doadas pelos artistas residentes, reforçando o potencial do espaço como destino de turismo cultural.
“Isto é um investimento, não é um gasto. É arte, cultura, gastronomia e turismo a caminharem juntos para valorizar Santo Antão e Cabo Verde”, finalizou.
LFS/AA
Inforpress/Fim
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