Calheta, São Miguel, 06 Fev (Inforpress) - O Presidente da República manifestou-se hoje preocupado com a problemática da segurança alimentar no país, sobretudo das populações mais vulneráveis, pelo que pediu que se tome atenção para que se possa melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A situação agrícola na ilha e o seu impacto na segurança alimentar e nas condições de vida em geral das populações foram o foco da agenda do Presidente da República, José Maria Neves, que esteve hoje de manhã no interior de Santiago para visitar barragens e contactar agricultores das regiões limítrofes.
Assim o chefe de Estado, acompanhado dos presidentes das câmaras de São Lourenço dos Órgãos, Santa Cruz e São Miguel, Carlos Vasconcelos, Carlos Silva e Herménio Fernandes, respectivamente, e do secretário de Estado da Economia Agrária, Miguel Moura, visitou três das cinco barragens, nomeadamente de Poilão, em São Lourenço dos Órgãos e Santa Cruz, de Flamengos e da Ribeira de Principal, em São Miguel.
“Temos 46 mil famílias com problemas em termos de segurança alimentar, e 10 por cento (%) da população tem insuficiência alimentar crónica, por isso temos que prestar atenção para que possamos melhorar a qualidade de vida de pessoas”, alertou o mais alto magistrado da Nação.
No entanto, José Maria Neves congratulou-se com as medidas implementadas pelo Governo, visando resolver o problema de insegurança alimentar no país, referindo-se à estratégia nacional para a segurança alimentar e nutricional.
Além da problemática da insegurança alimentar, o Presidente da República chamou a atenção ainda sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores dessa região “eminentemente agrícola”, que segundo ele, por causa das secas sucessivas têm tido pouca água à disposição para a prática da agricultura.
“A água é fundamental para desenvolver a agricultura, e para garantirmos também o desenvolvimento da pecuária, que traz mais rendimento para as famílias e mais qualidade de vida e melhor alimentação (…). Temos que ter muito mais acesso ao pescado, frutas e legumes, e com água vamos consumir para e melhorar a dieta alimentar”, observou.
Não obstante existirem instrumentos de políticas para apoiar desenvolvimento de agricultura e pecuária, nomeadamente linhas de crédito e de garantia, José Maria Neves notou que os mesmos precisam ser mais divulgados junto dos homens e mulheres do campo, que durante o encontro revelaram que não têm conhecido de tais programas de incentivo à agricultura e à pecuária.
Apesar de ter manifestado a sua satisfação em encontrar água nas três barragens visitadas, mesmo em tempo de seca, José Maria Neves aconselhou os agricultores a fazerem uso racional da pouca água existente, que passa pela instalação do sistema de rega gota-a-gota, em vez de rega por alagamento.
A este propósito, lembrou que o Governo tem em curso um programa de subvenção de rega gota-a-gota, atribuída através do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), no valor correspondente à 50% do custo total da aquisição e instalação do sistema rega gota-a-gota, devendo o agricultor comparticipar com os restantes 50%, por capital próprio ou através de crédito e tem duração de um ano.
FM/CP
Inforpress/Fim
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