Assomada, 05 Fev (Inforpress) – A Cooperativa dos Pescadores, Peixeiras e Armadores de Santiago Norte (Coopesca) voltou hoje a apelar a “intervenção urgente” do Governo, no sentido de apetrechar todas as comunidades piscatórias de postos de venda de combustíveis.
Em declarações à Inforpress, a propósito do Dia Nacional do Pescador, assinalado anualmente a 05 de Fevereiro, o presidente daquela cooperativa com “fins lucrativos”, José Rui de Oliveira, disse acreditar que a instalação desses postos de combustíveis cativo marítimo vai desenvolver o sector da pesca na região Santiago Norte.
Tomando como exemplo o caso da vila piscatória de Ribeira da Barca, Santa Catarina, informou que os pescadores se deslocam cerca de 16 quilómetros (km) para comprar gasolina para poderem exercer a sua actividade, tendo alertado que o transporte desse líquido em recipiente não é recomendável porque representa perigo durante o percurso.
Ainda sobre o combustível marítimo, pediu mais uma vez que se retire a taxa de estradas cobrada na compra dos combustíveis por parte dos homens do mar.
José Rui de Oliveira, que sublinhou que hoje [Dia Nacional do Pescador] não é dia para se fazer críticas, mas, de reflexão sobre os desafios do sector marítimo e de confraternização entre os homens e mulheres do mar, congratulou-se com o “esforço, dinâmica e boa vontade” do titular da pasta do Marna mobilização de recursos e na organização do sector da pesca.
Destacou ainda o facto de o ministro do Mar, Abraão Vicente, ter estado a visitar a maioria dos municípios do país que têm a pesca como actividade, tendo notado que, não obstante, um ou outro projecto não ter sido implementado em 2023, a tutela tem dado atenção ao sector da pesca.
De entre os projectos do Governo, sobretudo para a pesca artesanal, desatacou a criação de uma linha de crédito com 50 por cento (%) de financiamento para compra de materiais de pesca, reabilitação de botes, e motores de popa destinados aos homens e mulheres do mar da região e de Cabo Verde.
No entanto, disse esperar que o Ministério do Mar conclua este ano o projecto de fibragem das embarcações, sobretudo na comunidade de Ribeira da Barca, assim como aconteceu nos demais municípios da região e do país.
Tendo em conta que, segundo ele, a vila da Ribeira da Barca, em Santa Catarina, interior de Santiago, é a comunidade piscatória cabo-verdiana escolhida para integrar o projecto de co-gestão das pescas na África Ocidental (COPAO), defendeu a necessidade da materialização do projecto da construção de cais de pesca, reactivação da UTAV e arrastadouro de bote.
É que, conforme adiantou, este projecto, financiado pela Cooperação Japonesa, que vai arrancar em Março, prevê a instalação de uma máquina de gelo.
Relativamente à Unidade de Transformação e Agregação do Valor do Pescado (UTAV, disse que a instituição que dirige quer vê-la a funcionar e para servir os pescadores, mesmo que seja gerida por uma empresa privada, ou uma gestão tripartida entre o Governo, Câmara Municipal de Santa Catarina e a própria APPRB.
Lembrou que a UTAV, neste momento, está a ser gerida pela empresa espanhola Anine, que tem um protocolo com o Governo desde 2014.
A UTAV foi inaugurada em 2012, entrou em funcionamento no mês de Abril de 2014.
“Os pescadores têm motivo para celebrar o Dia Nacional do Pescador, independentemente se um ou outro projecto não foi concretizado em 2023”, observou, esperando que os projectos atrasos sejam materializados em 2024 para o bem do sector.
Em Santiago Norte, três dos quatro municípios que têm a pesca como actividade, nomeadamente Santa Catarina, São Miguel e Santa Cruz comemoraram o Dia Nacional do Pescador com várias actividades dedicadas aos homens do mar.
FM/JMV
Inforpress/Fim
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