Santiago Norte: Lantuna identifica 13 colónias de garça-vermelha e intensifica esforços para preservação

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Santiago Norte: Lantuna identifica 13 colónias de garça-vermelha e intensifica esforços para preservação
04/10/24 - 01:56 am

Assomada, 04 Out (Inforpress) – A Associação Não Governamental Lantuna já identificou 13 colónias de garça-vermelha (Ardea purpurea bournei) na ilha de Santiago e continua a trabalhar na sensibilização das comunidades para a preservação desta ave endémica e ameaçada.

A informação foi avançada hoje à Inforpress por Samir Martins, técnico e coordenador do projecto Garça-vermelha, que explica que esta é uma espécie que em Cabo Verde existe somente em Santiago e que se encontra “criticamente ameaçada” devido à captura e à recolha dos seus ovos, actividades que comprometem a sobrevivência das colónias.

Actualmente, estas colónias estão distribuídas principalmente na região de Santiago Norte, desde o município de São Domingos até o de Tarrafal de Santiago, localizadas em zonas mais verdes e arborizadas.

O trabalho de monitoramento, conforme o ambientalista, envolve a contagem de casais e ninhos, a observação do que há nos ninhos (se são crias ou ovos), além da identificação de ameaças locais.

“Estamos também à procura de novas colónias, conversando com as comunidades locais e buscando vestígios deixados pela espécie”, explicou o ambientalista.

Quanto à monitorização e à identificação das colónias, sublinhou que  são feitas por métodos não invasivos, utilizando binóculos e drones em áreas de difícil acesso, e que também nos locais onde conseguem ter acesso,são feitas de forma cautelosa para evitar o abandono dos ninhos.

Mesmo com estas colónias identificadas, Samir Martins avançou que ainda não se sabe o número total de indivíduos já que a quantidade de ninhos por colónia varia entre dois e 18, estabelecendo assim uma média de 6 a 8 ninhos activos nesta temporada.

Para entender melhor a espécie, o projecto que começou em 2023 e se estende até o final de 2024 está a tentar também estudar a genética e o comportamento das aves.

Um dos objectivos, segundo este responsável, é determinar se a garça-vermelha é uma espécie endémica de Cabo Verde ou uma subespécie com origem africana ou europeia, reforçando que “esse conhecimento será essencial para a elaboração de um plano de conservação adequado”.

Além do monitoramento, a Lantuna está investindo fortemente em acções de sensibilização junto às escolas, agricultores e comunidades próximas, tendo como foco conscientizar as pessoas sobre a importância ecológica da garça-vermelha, que desempenha um papel fundamental no controlo de pragas agrícolas.

As campanhas também buscam desencorajar a captura e a invasão de ninhos, práticas que representam sérias ameaças à sobrevivência da espécie.

Samir Martins enfatiza que a Lantuna continuará a trabalhar para proteger esta ave única de Santiago, destacando que a destruição dos habitats e a captura são “crimes graves” que põem em risco a existência da garça-vermelha e, portanto, precisam ser combatidos com urgência para garantir a preservação dessa espécie que é “um símbolo” da biodiversidade de Cabo Verde.

MC/JMV

Inforpress/Fim 

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