Assomada, 21 Mar (Inforpress) – A ambientalista Ana Veiga defendeu hoje a necessidade de os planos de gestão das áreas protegidas contemplarem acções que promovam a conservação a espécie espinheiro branco e um trabalho de sensibilização fora destas áreas.
A directora-executiva da Associação Lantuna, Organização Não Governamental (ONG) de Ambiente e Desenvolvimento falava à Inforpress no âmbito do Dia Mundial da Árvore e das Florestas, assinalados hoje.
A mesma fonte revelou a sua preocupação com a preservação desta espécie endémica, também conhecida como a ‘Acacia caboverdeana’, uma espécie “emblemática” na ilha de Santiago.
Segundo Ana Veiga, os desafios são vários, tendo necessidade de os planos de gestão das áreas protegidas contemplarem acções que promovam a conservação do espinheiro branco e um trabalho de sensibilização fora destas áreas,
Isto no sentido de fazer mais sensibilização e maior disseminação da importância para a conservação desta espécie, visto que, possui um crescimento bastante lento e para se ter um exemplar adulto demoram vários anos.
Esta ambientalista reconheceu que já foi feito um esforço por parte do Governo, pois é considerada uma espécie protegida e que se encontra na legislação, mas reforçou que é preciso continuar a incentivar mais ações de conservação, considerando que os esforços de conservação ainda são poucos, estando ainda em falta mais acções como um mapeamento massivo da espécie na ilha de Santiago
Da parte das ONG, além de publicações a informar sobre a árvore, características, importância, no caso da Lantuna, relembrou que em 2023, em parceria com os Correios Cabo Verde, lançou um selo postal sobre o espinheiro branco de forma a tornar a espécie mais conhecida e alertar para a sua conservação, entre outras acções que a ONG leva a cabo.
Por ser um endemismo, Ana Veiga acentuou que a mesma existe somente no arquipélago e já tem uma grande importância ecológica, pois é um património natural único, mas que tem enfrentado algumas ameaças, nomeadamente com o corte descontrolado, fazendo com que hoje os exemplares nativos sejam encontrados mais no topo de falésias e montanhas por causa dessa “grande pressão” para o corte.
E é nesta parte que fala do “grande papel” das comunidades na conservação do espinheiro branco, apelando a diminuição ou a eliminação dos cortes na árvore, mas também em informar as outras pessoas, aos visitantes e aos turistas de que se trata de uma espécie nativa e endémica de Cabo Verde, mas que para isso, acrescentou, é preciso que elas tenham essa informação e sejam sensibilizadas para assim reconhecer e saber também mencionar o seu valor.
Neste sentido, a ambientalista recapitulou que todas as espécies contribuem para a sustentabilidade dos ecossistemasm enquanto isso é válido para qualquer parte do mundo e se uma espécie deixar de existir num determinado sítio poderá ocorrer desequilíbrio do ecossistema, alertando pelos riscos que podem surgir com o desaparecimento na espécie.
Não só na questão dos cortes e dos ataques que o espinheiro branco tem sofrido, mas também à luz das alterações climáticas, explanando que o aumento da seca por tempo mais prolongado que o habitual poderá afectar esta e outras espécies vegetais.
“É uma espécie de crescimento bastante lento e se não houver água suficiente durante seu crescimento poderá provocar a redução da sua população ou mesmo o desaparecimento em algumas áreas”, disse, destacando o facto de hoje existirem poucos exemplares comparativamente ao que existia no passado.
O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta celebra-se anualmente a 21 de Março com o objectivo de sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da própria qualidade de vida dos cidadãos.
MC/AA
Inforpress/Fim
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