
Assomada, 5 Nov (Inforpress) – A jovem artesã Tereza Varela, residente em Santa Catarina, descobriu no croché não apenas uma expressão artística, mas também uma fonte de sustento e valorização pessoal, transformando linhas e agulhas em peças que reflectem talento, criatividade e determinação.
Segundo contou à Inforpress, desde 2018, dedica-se à produção e venda de peças artesanais, conciliando tradição e criatividade, e afirma que um dos maiores desafios é ter um espaço adequado e mais oportunidades de exposição.
A paixão pelo crochê ou “renda”, como é conhecido em Cabo Verde, conforme avançou, nasceu de forma espontânea, inspirada em amigas e colegas que também produziam peças artesanais.
Tereza cria e comercializa conjuntos de roupa, toalhas de mesa, biquínis e peças decorativas, com preços que variam entre mil e seis mil escudos, dependendo do tamanho e da complexidade.
“Um conjunto pode levar três ou quatro dias a fazer, às vezes mais, depende do trabalho”, revelou, enquanto mostrava as suas criações, todas feitas à mão.
As vendas, conta, são feitas principalmente por encomenda e através de recomendações, sendo algumas destinadas a turistas e clientes no exterior, mas apesar disso, diz enfrentar algumas dificuldades.
“Se eu tivesse um espaço próprio, ficaria mais bonito e poderia mostrar melhor o meu trabalho. Também precisava de mais oportunidades para participar em feiras e eventos de artesanato”, lamentou.
Além das limitações de espaço, Tereza enfrenta ainda dificuldades de valorização e reconhecimento da arte tradicional.
“Algumas pessoas acham que é caro, mas o trabalho é cansativo e feito com muito esforço. Fazer crochê é uma arte, é preciso valorizar”, defendeu.
Com uma visão optimista, a jovem artesã pretende continuar a criar, vender e aperfeiçoar as suas técnicas, sonhando um dia em ter o seu próprio, e diferente de muitos jovens da sua geração, afirma que não pensa em deixar o país, pretendendo apenas viajar de férias.
A história de Tereza é exemplo de como a arte artesanal continua a ser uma fonte de resiliência e criatividade entre os jovens cabo-verdianos, sobretudo nas comunidades do interior, onde o talento se transforma em oportunidade e esperança.
DV/ZS
Inforpress/Fim
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