Cidade da Praia, 25 Dez (Inforpress) – A elevação do funaná a Património Imaterial Nacional e a celebração do centenário de Amílcar Cabral destacaram-se como marcos culturais de 2024, evidenciando a valorização da identidade cabo-verdiana e o reconhecimento do legado histórico e cultural do país.
O ano de 2024 foi marcado por momentos culturais significativos em Cabo Verde, desde reconhecimentos patrimoniais e eventos de projecção internacional até iniciativas locais que fortaleceram a identidade cultural do arquipélago.
Ainda em 2024 Cabo Verde comemorou meio século do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal com um programa especial que incluiu a inauguração de uma biblioteca e auditório, além de actividades conjuntas com Portugal, Guiné-Bissau e Angola. A candidatura do campo a património da humanidade da Unesco será submetida em 2025.
Augusto Veiga assumiu o cargo de ministro da Cultura, sucedendo a Abraão Vicente, que deixou a pasta para concorrer às eleições autárquicas como candidato à Câmara Municipal da Praia.
O novo ministro estabeleceu como prioridade a formalização do sector cultural e a formação em todas as suas vertentes. Para apoiar essas metas e outras, o Orçamento do Estado para 2025 aloca mais de 813 milhões de escudos ao sector.
O Atlantic Music Expo (AME) e o Kriol Jazz assinaram um protocolo de concessão de incentivo com o Governo, garantindo a continuidade dos eventos por um período de cinco anos. O AME passa a receber anualmente 12 milhões de escudos e o Kriol Jazz Festival vai receber um incentivo anual de 8 milhões de escudos.
Ainda no ano que ora findo, o Ministério da Cultura, no âmbito do programa Bolsa de Acesso à Cultura financiou 112 escolas artísticas no país e lançou também vários editais para financiar projectos destinados ao fomento da cultura e das indústrias criativas.
2024 ficou marcado também pelo aumento do turismo cultural, no ano em que os museus do país registraram 23.387 visitantes no primeiro semestre, superando os números do mesmo período de 2023.
No cinema, Cabo Verde realizou, em Novembro, o seu primeiro Festival Internacional de Filmes para Acção Climática do Atlântico: Sensibilização ambiental através do cinema.
Continuaram também as condecorações a figuras que tiveram um papel importante na cultura de Cabo Verde, como, por exemplo, as homenagens a Jorge Barbosa e a outros poetas que marcaram a literatura nacional.
Grande Gala da Morna, um evento em Lisboa, celebrou a morna, Património Imaterial da Humanidade.
Na literatura, a Grande Feira do Livro regressou ao país, após mais de uma década, visando imprimir uma nova dinâmica no mercado livreiro e facilitar o acesso ao livro, tendo vendido mais de 20 mil obras.
O Presidente da República, José Maria Neves, lançou o terceiro volume do livro “No Ofício do Bem Comum”, que compila as principais intervenções proferidas pelo chefe de Estado ao longo do terceiro ano do mandato.
Cabo Verde perdeu também figuras importantes da música e da literatura como o saxofonista Domingos António Fernandes, mais conhecido por Totinho e o escritor Osvaldo Osório.
O fotojornalista da Inforpress João Paulo Tavares apresentou uma exposição inédita “Os 100tenários de Cabo Verde”, com o objectivo de eternizar as memórias de pessoas centenárias que vivem no país, deixando um legado para as gerações futuras.
A jovem cabo-verdiana Akysanna da Veiga foi coroada Miss Internacional África no Japão, trazendo visibilidade ao talento e à beleza do arquipélago.
A cantora Soraia Ramos foi a grande vencedora, pelo segundo ano consecutivo, do prémio Música do Ano com a música 'Nha Terra', na XIII edição dos Cabo Verde Music Awards 2023 (CVMA).
Todos os municípios do país celebraram os seus dias com vibrantes festivais, marcados pela participação de artistas nacionais e internacionais, proporcionando um verdadeiro espetáculo de música e cultura.
TC/JMV
Inforpress/ Fim
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