Relatório Freedom House: “Cabo Verde tem de ser comparado com os melhores e não somente com África” – UCID

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Relatório Freedom House: “Cabo Verde tem de ser comparado com os melhores e não somente com África” – UCID
01/03/24 - 06:39 pm

Mindelo, 01 Mar (Inforpress) – O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) enalteceu hoje, no Mindelo, a “boa pontuação” de Cabo Verde no relatório da Freedom House, mas defendeu que o País “tem de ser comparado com os melhores”. 

João Santos Luís reagia ao 51º relatório anual divulgado pela “Freedom in the World” (Liberdade no Mundo), lançado pelo “Think tank” (grupo de reflexão), que classificou Cabo Verde como o país mais livre no continente africano.

“Nós não podemos contestar os dados, mas, como se costuma dizer, quem dorme com o seu doente é que sabe como é que ele está”, sublinhou o líder partidário da oposição, para quem é bom Cabo Verde ser avaliado de forma positiva para poder atingir outros objectivos da governação e “melhorar alguma coisa”.

João Santos Luís questionou ainda a “mania” de se comparar o arquipélago com África, que “tem conflitos armados, países autoritários e golpes de Estado”.

“Cabo Verde tem de ser comparado com os melhores. Não estamos a dar uma certidão negativa à África, mas, queremos estar comparados com os melhores”, advogou a mesma fonte, realçando que 92 pontos estão a ser mantidos desde 2020, mas, “podia-se estar muito melhor do que isto”.

Justificou ainda o seu posicionamento, referindo-se que os parceiros do País não estão em África, mas, sim na Europa e América.

Ademais, segundo o líder da UCID, regista-se neste momento “alguns atropelos à democracia” que precisam ser trabalhados e ponderados, especialmente em itens como Estado de Direito Democrático, liberdade de expressão e participação política.

Como exemplo individualizado, João Santos Luís apontou o caso da prisão do ex-deputado nacional e advogado Amadeu Oliveira que, como disse, “está preso porque as instâncias judiciais querem isso”.

“Consideramos isto como um grande atropelo ao Estado de Direito Democrático, que tem um elemento pertencente a um órgão de soberania preso numa cadeia, só porque defende os seus ideais”, criticou.

Por outro lado, afiançou, “há certos condicionalismos que levam com que as pessoas fiquem dependentes e no momento certo os partidos que estão a governar conseguem aproveitar destas dependências e condicionar a participação política”.

No 51º relatório anual divulgado pela “Freedom in the World”, Cabo Verde aparece como primeiro da lista em África com 92 pontos, seguido de São Tomé e Príncipe no terceiro lugar com 84 pontos, enquanto Angola e Guiné Equatorial são considerados como “não livres”, Guiné-Bissau e Moçambique como “parcialmente livres”.

O documento refere ainda que apenas 7 por cento (%) das pessoas em África vivem em países livres, enquanto 50% vivem em países não livres.
 
LN/JMV
Inforpress/Fim

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