Cidade da Praia, 28 Jun (Inforpress) - A Ordem dos Médicos Cabo-verdianos (OMC) manifestou-se hoje “preocupado” com a falta de médicos especialistas no país e considerou que a insuficiência desses profissionais compromete a qualidade do serviço prestado e tem contribuído para a exaustão dos mesmos.
A inquietação foi manifestada em nota de imprensa, enviada à Inforpress, na sequência da notícia veiculada na comunicação social, de que Cabo Verde já é um país com excedente de médicos, com 44,6 médicos por 10.000 habitantes.
“Gostaríamos de vos informar que só pode ter ocorrido um lapso na passagem desta notícia, porque imediatamente deixou a classe médica incrédula e surpreendida pelo irrealismo dos números divulgados”, lê-se no documento.
Segundo a OMC, neste momento estão inscritos 772 médicos, entre os quais 68 são aposentados, e apenas 432 estão no activo e dentro do Sistema Nacional de Saúde, público e privado, e os restantes são médicos residentes no exterior ou que exercem medicina no país de forma temporária.
A mesma fonte explica que a maioria destes profissionais, ou seja cerca de 65 por cento, são médicos sem especialidade, o que “agrava” a situação já preocupante do rácio de médicos especialistas por habitante.
“Continuamos a ter áreas sem especialistas e outras áreas com apenas um especialista, o que é manifestamente insuficiente e compromete a qualidade do serviço prestado, contribuindo para a exaustão dos médicos”, refere.
Segundo a OMC, este défice tem levado a uma sobrecarga laboral significativa para os médicos em exercício, resultando em longas jornadas de trabalho, condições de stress extremo e, em muitos casos, exaustão física e mental, situação que tem preocupado a OMC e sido alvo de reflexão em inúmeras ocasiões por parte da classe e da instituição.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, (OMS) o rácio médico/população deve ser de 1/1000 habitantes.
“Tendo Cabo Verde uma população de cerca de 500.000 habitantes e que no activo estão apenas 432 médicos, logo se entende que o país não tem excedente de médicos”, apontou.
A OMC assegurou que está comprometida com a medicina, com a profissão e a saúde da população, em prol de um sistema nacional de saúde robusto e eficiente, capaz de responder adequadamente às necessidades da sociedade e população cabo-verdiana.
AV/CP
Inforpress/Fim
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