Cidade da Praia, 09 Abr (Inforpress) – O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) considerou hoje que Cabo Verde não terá problemas maiores com a imposição de "tarifas recíprocas" a todas as importações pelos Estados Unidos da América (EUA).
Marcos Rodrigues fez essas observações à Inforpress em reação à decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, e à previsão da agência Fitch Ratings de que muitos países poderão entrar em recessão económica.
O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento lembrou que a Cabo Verde foi imposta apenas uma taxa mínima de 10 por cento (%) porque não tem relações comerciais nem médio nem intenso com os Estados Unidos.
“Não existem problemas de maior, porque nós não somos nem exportadores em escala, nem importadores em escala dos produtos americanos”, comentou, acrescentando que a taxa colocada ao país foi apenas uma medida preventiva.
“Cabo Verde não tem realmente capacidade exportadora para nenhuma parte do mundo, e o pouco que nós exportamos estava na base da isenção zero que estava afecto à questão da AGOA”, acrescentou.
Ou seja, trata-se, segundo referiu, de uma guerra entre os grandes produtores mundiais, como Alemanha, França, China, por exemplo, que irão sentir o peso dos EUA com essas taxas que estão a ser incluídas.
Marcos Rodrigues sublinhou que os Estados Unidos da América, sendo o maior mercado de consumo global, sempre facilitaram a entrada de produtos de outros países, especialmente os industriais e ricos com taxas de importação baixas.
Ao contrário, afirmou que os países ricos têm tido uma política de entrada de produtos de outros países com taxas mais elevadas.
“O que acontece é que a dívida externa dos EUA atingiu o limite há quase um ano a esta parte, e vivem numa situação dramática do ponto de vista do seu crescimento”, disse, lembrando que o governo do Trump já tinha aumentado as taxas, especialmente para a China, tendo os democratas assumido o governo e não fizeram nada para as retirar.
“O que quer dizer que os democratas na altura estavam de acordo que os EUA tinham que taxar mais a entrada dos seus produtos, tendo em conta que davam ao mundo o maior mercado de consumo”, analisou.
Perante esses factos, sustentou que hoje se assiste com alguma preocupação o alargamento desta política a todos os países do mundo, afectando cada um na sua dimensão.
Entretanto, afirmou que neste momento mais de 50 países do mundo estão a repensar a retaliação manifestando-se disponíveis para sentarem à mesa e discutir esta questão com os EUA.
ET/CP
Inforpress/Fim
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