João Teves, 30 Dez (Inforpress) – A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV – Santiago Norte acusou hoje a bancada municipal (cessante) do MpD em São Lourenço dos Órgãos de fazer um comunicado “falso e mentiroso”.
Em conferência de imprensa, o porta-voz da CPR e presidente da JPAI, Vailson Garcia, reagia ao comunicado produzido pela bancada cessante do Movimento para a Democracia (MpD), em São Lourenço dos Órgãos, na passada sexta-feira, 27, sobre o pagamento do subsídio de reintegração aos vereadores cessantes em vez de remunerar os trabalhadores da autarquia.
Vailson Garcia considerou que esta acção demonstrou de forma “clara” o destrato e o desrespeito em que os servidores da autarquia laurentina foram tratados nos últimos oito anos, governados pelo MpD, considerando que o documento do MpD foi “sustentado por mentiras e falsidade”.
“O próprio partido mergulhou-se num autêntico escândalo ético e moral na gestão de coisa pública jamais vista em Cabo Verde”, disse, reforçando que o próprio porta-voz do MpD, o deputado municipal Antunes Marques, foi um dos receptores do subsídio num montante de 672.948 escudos.
“O presidente cessante, o ordenante, ausentou-se do país com mais de 1.600.000 escudos no bolso provenientes do subsídio de reintegração”, acusou, sustentando que este foi eleito vereador.
Quanto à dívida de 320 mil contos que o porta-voz do grupo do MpD anunciou que tinha sido herdado pela equipa camarária em 2016 e que a equipa passou todos esses anos a pagar a dívida herdada, o porta-voz da CPR revidou, sustentando que agora a autarquia tem uma dívida de mais de 400 mil contos.
Além disso, estranhou o facto de o MpD ter herdado esta câmara com tamanha dívida nas costas e mesmo assim contrataram mais vários funcionários, chegando neste momento a serem contabilizados 285 trabalhadores da autarquia.
Neste sentido, Vailson Garcia, em nome da CPR, demonstrou a sua solidariedade para com os trabalhadores da autarquia laurentina pelo episódio e na época natalícia, causado por conta de uma “polémica, insensata e vergonhosa decisão da equipa cessante, comandada por Carlos Vasconcelos”, esgotando todo o dinheiro do Fundo de Financiamento Municipal, aproximadamente nove mil contos.
Diante deste cenário, avançou igualmente que a CPR se sente “agradada” pelos esforços que têm sido levados a cabo pela nova equipa liderada por Euclides Cabral em conseguir arranjar forma de imobilizar recursos para pagamento dos salários dos funcionários, considerando que “isso demonstra de forma clara que o novo presidente veio resgatar São Lourenço”.
De ressaltar que em entrevista à Inforpress, o presidente da câmara municipal, Euclides Cabral, anunciou hoje que os 285 funcionários da Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos começam a receber, ainda hoje, o salário de Dezembro que tinham em atraso, justificando que a autarquia já tem 6.000 contos na conta, fruto de uma negociação com o Ministério das Finanças.
Conforme lembrou, este atraso do salário deve-se ao facto de o presidente cessante, Carlos Vasconcelos, que perdeu as eleições autárquicas de 01 de Dezembro por um voto, ter preferido atribuir a si e aos demais quatro eleitos cessantes o subsídio de reintegração em vez de pagar os salários aos funcionários.
MC/JMV
Inforpress/Fim
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